sábado, 4 de dezembro de 2010

Tristes destinos os das "nossas" rainhas...



“Apesar de ter sido trazida da Áustria já há dois anos, especialmente para gerar o sucessor ao trono de D. João V, rei de Portugal, a rainha D. Maria Ana Josefa parece não conseguir engravidar. Sendo o rei um símbolo de virilidade, ela é quem é considerada infértil e, consequentemente, a única culpada pelo facto de o rei ainda não ter tido herdeiros. Quando, ao cair da noite, o rei se prepara para ir ao quarto da rainha para mais uma tentativa, chega ao palácio D. Nuno da Cunha, bispo inquisidor, acompanhado de um velho frade franciscano, António de S. José, que propõe uma solução para o problema do rei. Diz o frade que a rainha engravidaria assim que o rei prometesse construir um convento para os frades da ordem dos franciscanos na vila de Mafra . Feita a promessa, o casal real vai finalmente para o quarto.
Depois de consumado o acto sexual, rei e rainha dormem e sonham cada um com seus próprios desejos, suas diferentes fantasias : ela sonha que tem um encontro amoroso com seu cunhado, o Infante D. Francisco, enquanto o rei sonha que seu pénis está se transformando em árvore e, logo em seguida, em colunas do convento que ele prometera construir para os franciscanos …”
Memorial do Convento (José Saramago)

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