Uma aldeia no centro do Paquistão, perto de Lahore. A temperatura chega aos 40ºC e as mulheres trabalham nos campos. Entre elas está Asia Bibi. Asia tem sede. Ela tira um balde do fundo do poço, despeja um pouco de água numa velha xícara de metal e bebe até ao fim. Enche de novo a xícara e oferece-a a outra mulher a seu lado. É nesse momento que assina a sua sentença de morte. Asia é cristã e a chávena de metal pertence às suas amigas muçulmanas. Ao mergulhar de novo a chávena no balde depois de ter bebido nela, Asia sujou a água. Depressa se começou a falar de blasfémia. Asia é condenada, sentenciada à morte. Por enforcamento. Tudo por um copo de água. Há já dois anos que Asia está na prisão, à espera de ser executada. Quer o governador Salman Taseer quer o ministro para as Minorias Shanbaz Bhatti, que a tentaram ajudar, estão agora mortos - assassinados. Estes acontecimentos chocaram e indignaram o mundo inteiro - o Papa Bento XVI falou publicamente em apoio a Asia e Bhatti chegou a encontrar-se com Hillary Clinton antes da sua morte, para discutir o caso. Hoje, somente o marido e o advogado conseguem vê-la, em condições muito difíceis e apenas através de um ecrã. Nos últimos meses, por detrás das grandes paredes da prisão onde Asia vive em condições sub-humanas, pessoas sem nome (para protegerem a própria segurança) ajudam a passar a sua palavra cá para fora. Asia Bibi está a pedir ajuda. Durante este tempo, e sempre que as condições de segurança o permitiram, cada capítulo do manuscrito foi-lhe apresentado. O texto deste livro contém o seu total acordo e apoio à sua publicação. Este é um relato extraordinário na primeira pessoa, um pedido de ajuda tocante.
Não há palavras!
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