terça-feira, 28 de agosto de 2012

 "Quem trabalha com a mão é um operário...


                                Quem trabalha com a mão e a cabeça é um artesão...

           
            Quem trabalha com a mão, a cabeça e o coraçãoé um artista. "



                                          São Francisco de Assis

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

25 anos de deserto afetivo...

Continuo a ler, entusiasmadíssima!
Como é possível, uma mulher, em 1918, que organizava festas no seu palácio frequentado pela alta sociedade da altura, viajada e rica, decide ir viver com o seu motorista para uma casa simples e levando uma vida de dona de casa modesta?

Quando uma mulher vive num deserto afetivo, tudo pode acontecer. Algumas citações de Maria Adelaide que revelam essa secura de emoções e desejos de mulher... " 25 anos de deserto afetivo" , por vezes o marido só ia a casa para mudar de roupa...e todos à sua volta pensavam que formavam o casal perfeito!

Preço elevado por amar, condenada a um hospício, numa época, em que uma mulher , por assumir a sua sexualidade é louca. O marido de Maria Adelaide também aproveitou a “loucura” dela para vender o Diário de Notícias sem a consultar, um jornal que ela herdara do pai.


Imagem do Palácio de S.Vicente,na graça, onde viveu Maria Adelaide

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DOIDA NÃO E NÃO!

Verão é um tempo de colocar as minhas leituras em ordem e desordem no trabalho...
Escolhi um livro que para uma amante de História de Portugal e de temas de mulheres irreverentes, que " Entre o dever e o amor, o segundo ganhou", não podia ser melhor. De certeza que a minha sofreguidão vai-me levar rapidamente para o final da história.
 Iniciei a leitura, ontem à noite, no meu quarto... vi logo que iria gostar...


Filha e herdeira do fundador do 'Diário de Notícias'. Mulher do administrador do mesmo jornal, o escritor Alfredo da Cunha. Presa num manicómio por um «crime de amor». Os factos relevantes têm início em Novembro de 1918: era uma vez uma senhora muito rica que fugiu de casa, trocando o marido, escritor e poeta, por um amante. Tinha quarenta e oito anos, pertencia à melhor sociedade portuguesa. O homem por quem esta senhora se apaixonou tinha praticamente metade da sua idade e fora seu motorista particular. Era herdeira do 'Diário de Notícias' e a sua história chocou a sociedade da época.


Que mulher corajosa! Enfrentou uma sociedade puritana, com uma grande tenacidade.
Doida não e não! É um grito de mulher que atravessa os tempos...

Este livro mostra ainda como funcionavam os manicómios, protegidos por uma lei macabra (não encontro outro adjetivo para qualificar tal lei!) de 1911. Segundo esse decreto qualquer pessoa poderia requerer o internamento de outra no manicómio, desde que apresentasse o atestado de dois médicos e um exame de Júlio de Matos

sábado, 18 de agosto de 2012

Sermão aos peixes

Padre António Vieira, um orador notável, de uma habilidade satirica surpreendente e com muita imaginação, tomou vários peixes como símbolos dos vícios dos colonos portugueses no Brasil. Este sermão pretendia louvar algumas virtudes humanas, mas principalmente censurar os vícios dos colonizadores. Este sermão foi pregado na cidade de São Luís de Maranhão, em 1654, três dias antes dé Padre António Vieira embarcar, ocultamente, para Portugal. Ele pretendia proteger os índios e obter uma lei justa para eles.


Este peixe é uma criação de um amigo meu que quis evocar o sermão aos peixes do padre protetor. Qual peixe representará? O roncador? O pegador? O voador?  Ou o polvo?

Pintando a alma

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Um cheiro que nos envolve

Esta foto tirei-a o ano passado, na praia da Coelha. Uma gruta bonita, como tantas outras que aparecem debaixo das falésias. O barulho do mar é único, mas o cheiro, esse..só nas praias do norte é que o Sinto! Um cheiro intenso, bom, que nos envolve...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Para se poder sonhar, é preciso ter alma!

Por acaso, encontrei este poema que gostei muito...


Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso ter tempo,
E há quem ache que estou só a molengar.
Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso ter calma,
E há quem ache que estou só a descansar.
Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso ter alma,
E há quem ache que apenas ponho o corpo a levitar.
Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso ter paz,
E há quem ache que não é assim que uma obra se faz.
Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso largar tudo e zarpar,
E há quem ache que vivo de porto em porto, a navegar.

Miguel Almeida, “O Lugar das Coisas”, Esfera do Caos, 2012.

sábado, 11 de agosto de 2012

Cenora, laranja, chocolate...

 Rala-se 300 gramas de cenoura e uma casca fina de laranja. Junta-se 200 gramas de açúcar, uma chávens de óleo, quatro ovos e mexe-se. Por fim 250 gramas de farinha com fermento Vai ao forno num tabuleiro untado, durante 20 minutos.

A cobertura de chocolate deixa-se ao gosto ... pode ser com natas  ou leite ..

E que tal um morango a guarnecer?
Morango e chocolote! Hum...

CHOCOLATE


Hoje, vi este filme pela terceira vez... as personalidades, os diálogos e, as emoções vividas em volta do "chocolate"... tudo isto faz do filme (gosto mais do livro, mas nele não posso ver a expressividade das personagens, quando comem  o chocolate) uma delícia...




Na cultura Maia, o chocolate é visto como um remédio para a alma. Vianne ministra isso no filme como se o chocolate fosse uma libertação e/ou liberação dos desejos mais íntimos de todos aqueles que procuram sua loja por curiosidade ou se sentem atraídos de alguma forma (Rosenblum, 2006).
Essas sensações de prazer são trabalhadas no filme de forma curiosa: mediante os sentidos, revelando algo sobre cada personagem. A mais relevante foi a parte em que Armande Voizin visita a Chocolaterrie e experimenta um dos palpites de Vianne: chocolate com pimenta e chantilly. O que fez Armande automaticamente, no primeiro gole, voltar no tempo e se lembrar de uma de suas aventuras amorosas, que ela passou a noite toda nadando nua com seu amante e voltou para casa somente na manhã seguinte sem que seus pais descobrissem...

Aconselho o filme e o livro


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Tudo é efémero

Há casais que partilham um almoço de tédio e indiferença. Não saboreiam a comida, nem  a vida; engolem-nas.
 Já vi isto tantas vezes... e o que não vejo, está camuflado por detrás de uma falsa felicidade que se quer mostrar às amigas, como sendo a única realização - a de provocar aquela invejazinha...

Já pouco conversam e as jogadas de sedução na mesa do restaurante, já nem se lembram como sabiam tão bem...

A união fisica entre eles ainda pode sobreviver "até que a morte os separe", mas as emoções fortes, a chama, essas já terminaram há muito.

sábado, 4 de agosto de 2012

Passagem para a Índia

Este filme é de uma beleza visual tão exótica que, mesmo que a história não fosse cativante, valia a pena conhecê-lo. Mas é! É brutal  a história. Repleta de personagens vibrantes e interpretadas genialmente.

Passado na Índia, num mundo onde o choque de culturas é tão violento, que todo um país pode se dividir a qualquer momento...

Quando as liberais inglesas, Sra. Moore  e Adela Quested , chegam à Índia, ficam chocadas com o acirrado preconceito racial que existe no país. Felizmente, o gentil Dr. Aziz  está acima da intolerância local e decide ser seu guia em uma esplêndida visita às misteriosas cavernas Marabar. Mas o passeio acaba de maneira trágica quando, de repente, Adela sai correndo de uma das cavernas arranhada, sangrando terrivelmente assustada. A notícia do incidente espalha-se rapidamente por toda Índia ... incendiando um barril de pólvora de tensão que já estava prestes a explodir.

Lembro-me, precisamente, da cena em que a jovem inglesa saiu de dentro das cavernas, completamente transtornada. Na altura nem compreendi, de imediato , o que se passara com ela...depois percebi que não passava de clastrofobia  que, devido à incapacidade da inglesa se lembrar do que lhe tinha acontecido, vai ser interpretado, por toda a comunidade inglesa, como uma violação.






Terra Sangrenta

A admirável história de amizade, coragem e determinação do jornalista americano, Sydney Schanberg, para com o seu amigo cambojano perdido no meio da impressionante desumanidade do regime de morte e extermínio imposto pelos Khmer Vermelhos.


Em 1972, Sydney Schanberg, correspondente do "New York Times", foi para o Camboja com a missão de cobrir a guerra entre o exército revolucionário dos Khmer Vermelhos e o regime de Lon Nol. Era assistido por um cambojano chamado Dith Pran e ambos assistiram à tragédia de um país dilacerado pela guerra. Entre o americano e o cambojano nasceu uma forte e sincera amizade, que haveria de marcar o destino de ambos. Quando os Khmer Vermelhos entraram vitoriosos em Phnom Penh, em abril de 1975, Dith salvou a vida de Sydney bem como a de vários jornalistas ocidentais. Estes, porém, foram impotentes para evitar que Dith fosse enviado para a "Terra Sangrenta", os campos de morte de um dos regimes mais vergonhosos e sanguinários do século XX, onde milhões de seres humanos foram vítimas do brutal genocídio montado pelos Khmer Vermelhos. Sydney regressou à América e ganhou um Prémio Pulitzer mas o destino de Dith perturbava profundamente a sua vida.


Como já disse, fiquei presa ao ecrã...

Apetece-me vê-los mais uma vez...

Nesta altura do ano, lembro-me sempre de filmes que já vi há muito tempo....a memória é assaltada por imagens, cenários, locais ...apetece-me vê-los mais uma vez.
Recordo um filme que vi no cinema "Uma passagem para a Índia", em que a personagem principal, vitima do racismo inglês, de um colonialismo preconceituoso é presa e julgada.
Um outro que vi (estava eu enroscada no sofá) e que me fez ficar presa ao ecrã - Terra Sangrenta.

O cenário são as florestas húmidas e rios do Cambodja Após a chegada de Pol Pot ao poder e a implantação de uma ditadura comunista.