domingo, 29 de novembro de 2009

As "doçuras" da amora


A amora é o fruto das silvas.
Muitas vezes as procurei (já foi há tanto tempo...) e só ficava satisfeita quando o saco já não aguentava mais.
Em casa experimentei pela primeira vez fazer doce de amora.
A melhor "técnica" que me fez aprender rápido foi a doçura da minha mãe que nunca me ralhava, mesmo quando as experiências iam parar ao balde do lixo.
Havia uma dupla doçura: a das amoras e a da minha mãe.
Este doce é simplicíssimo de preparar.
Colhia nos silvados as amoras bem maduras. Em casa, lavava-as cuidadosamente e pesava-as depois. Colocava as amoras, com o açúcar num tacho (o mesmo peso em açúcar ou menos um bocadinho) e , já no lume, mexia e raspava no fundo com a colher de pau para não pegar.Quando atingia o ponto de estrada (ao passar com a colher de pau pelo fundo do tacho se forma uma "estrada" que deixa ver o fundo), retirava do fogo, deixava amornar e colocava nos frascos.

Gostar de coisas simples

A chuva trouxe-me recordações boas da minha infância.
Nem sei porquê.

Muito gostava eu, naquela altura, de percorrer os campos dos meus avós maternos, quando os dias começavam a aquecer e debruçar-me sobre os combros (este termo é pouco usado actualmente), à procura de morangos. Eram pequeninos e docinhos. Cuidadosamente, enfiava-os num "fio" de uma flor. Às vezes algum partia e logo ali o comia.
Chegava a casa e empoleirava-me num banco, para chegar ao armário onde a minha avó guardava as malgas (eram umas malgas enormes, onde se comia a sopa). Esmagava os moranguinhos com o açúcar até a malga ficar tingida de vermelho e deliciava-me a comê-los.

Isto é aquilo que eu costumo pensar: "ser feliz com coisas simples da vida".

Quem quer casar com Catarina?


Quando Carlos de Inglaterra viu o retrato de D. Catarina gostou da cara e cabelos dela. A princesa tinha deslumbrantes cabelos negros, olhos muito escuros e um ar doce. Mas os retratos da época não mostravam as imperfeições.
A noiva era pequena e roliça e tinha dentes ligeiramente salientes.
Apetecia-me dizer como na história da Carochinha: " Quem quer casar com a princezinha que é bonita e formozinha!"
Quando os noivos se encontraram, Catarina ficou imediatamente apaixonada pelo rei que , embora feio, tinha um enorme poder de sedução. Também o rei ficou seduzido pela inocência de Catarina e cedo a amou...à sua maneira.
Catarina teve que enfrentar a corte inglesa, dominada pelo rei e pelos prazeres do amor, chegando ao ponto de nomear para dama da rainha a sua amante.
A rainha fez um esforço e conquistou o coração de muitos ingleses. Terá ensinado a preparar o chá e a bebê-lo acompanhado de bolos, que passou a ser servido em bules de porcelana chinesa. Os ingleses usavam a prata e o chá arrefecia rapidamente. Levou também para a corte inglesa a receita da compota de laranja amarga de Vila Viçosa, onde o fruto abunda.
A verdade é que o termo "marmelade" é a palavra portuguesa "marmelada", que é confeccionada com marmelo, fruto que não era conhecido em Inglaterra. A "marmelade" inglesa é doce de laranja.
D.Catarina tentou ainda impor na corte as saias mais curtas, onde se pudessem ver os seus pés delicados, mas as velhas damas inglesas de pés grandes não a seguiram.

O tesouro por descobrir





Ao olhar para esta imagem dá-me vontade de voar até lá...





Portugal parece ter ainda muitos tesouros por descobrir.
Um deles é o chá Gorreana que muitos portugueses nunca ouviram falar. Esta apreciada bebida cultivada na ilha de S. Miguel, foi durante muitos anos a única plantação de chá na Europa.
A história da introdução do chá em S. Miguel, confunde-se com a vida das famílias micaelenses.
O chá aparece na ilha pelas mãos de Jacinto Leite, por volta de 1820, que traz as sementes do Brasil. O seu cultivo foi depois incentivado, como resposta à crise da laranja. Daí que viessem dois chineses, em 1878, para S.Miguel e trouxeram umas sementes para a plantação e ensinaram as complexas tarefas da sua preparação.

Se me permitirem o meu conselho...
A seguir a uma grande festança e comida farta, bebam chá verde que é muito digestivo.

O chá, a beleza e satisfação...










O imperador Shen Nung descansando sob uma árvore de chá



Conta a lenda que foi o imperador Shen Nung quem descobriu

o chá quando, numa das suas longas viagens, se sentou debaixo de um arbusto a beber água quente, ideal para matar a sede. As folhas, por acaso, cairam na água e deram um sabor e aroma especial que deliciou o imperador.
Para os chineses o chá está associado à beleza, pelo ritual da sua preparação, pela satisfação e paz que provoca...


Um dos hábitos, mais tipicamente britânicos é o "chá das cinco" acompanhado com scones.
Contrariamente aos ingleses (como eu gosto de ser diferente dos ingleses!!), gosto de o tomar a qualquer hora do dia e, à noite, antes de adormecer, não abdico do meu chá "noites tranquilas".



quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Estes são os "inúteis"...



Estes são aqueles a quem Miguel Sousa Tavares apelidou de "inúteis".

Parabéns à escola,professores e alunos.

Fondue, uma palavra feminina

Achei curioso saber que fondue é feminino e, de imediato, associei à delícia de um fondue de frutos variados, coloridos, saborosos...



Gostei ainda de saber que "a fondue" significa queijo fundido ou derretido.

Originário da Suíça Francesa, conta-se que no século XVIII moradores dos Alpes Suíços tiveram uma superprodução de queijo que endureceu com o Inverno.

Para evitar a perda e conservá-los, derreteram o excesso produzido e acrescentaram Kirsh (bebida alcoólica de cereja produzida ali). Enquanto preparavam iam provando com pão para determinar o tempero.

O prato foi adaptado e hoje há uma variedade enorme de fondues, com vários tipos de queijo, chocolates e cremes.

Fondue, um sabor especial de amizade


Quem não deseja uma tarde agradável, apetitosa e que ainda seja um bom motivo para reunir amigos?
Recordo a primeira vez que utilizei o meu aparelhozinho de metal brilhante. Ainda nem sabia muito bem acender a lamparina (utilizei um gel pouco conhecido), mas tive a ajuda dos meus amigos.
Escolhi a melhor carne, o filé, pela sua maciez e cortei-o em cubinhos regulares. Em panela própria aqueci o óleo e depois transferi-o para o recipiente do fondue.
Cada um de nós espetou o pedaço de carne com o garfo e, no meio da brincadeira, fomos saboreando o filé, mergulhado em molhos de diferentes temperos, distribuídos em pequeninas tacinhas...
Acompanhamos com um bom vinho que aqueceu ainda mais o ambiente entre amigos.

Quem já resistiu?


Quem já resistiu a um brigadeiro docinho?
Deliciem-se com a imagem!
A versão mais conhecida diz que o doce foi uma homenagem ao brigadeiro Eduardo Gomes, candidato a Presidente, nas eleições de 1945. Falam que o tal brigadeiro era um homem muito lindo e que arrancava suspiros às mulheres. E graças então ao tal brigadeiro, o candidato, temos hoje, um dos doces mais populares da culinária brasileira.
O tal brigadeiro perdeu as eleições, mas o docinho ficou para sempre na memória dos brasileiros.
Conta a história que nessa época, logo após a 2ª guerra mundial, havia racionamento de açúcar, ovos e leite no Brasil. Alguém quis fazer um doce e, então teve a ideia de misturar leite condensado com chocolate.
Hum... se quiserem o brigadeiro, o doce,claro! Peçam-me a receita.

domingo, 22 de novembro de 2009

A árvore que sobreviveu a Hiroshima



Quando a bomba foi lançada sobre a cidade de Hiroshima, em 1945, foram poucos os seres vivos
que resistiram ao impacto da explosão. Entre eles, encontravam-se quatro árvores da espécie "Ginkgo biloba". Embora tenham ficado queimadas, recuperaram, e podem ser vistas ainda hoje na cidade.


Faz-nos pensar...
A natureza contraria o que o Homem faz.

O Mistério da Lua

Momentos e olhares

A vida é feita de momentos, alguns são apagados, levados pelas ondas da vida, outros ficam,
perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos, olhares, vivências, recordações e
saudade...

sábado, 21 de novembro de 2009

Esta não é a minha escola


SEMENTES DE VIOLÊNCIA


Richard Dadier, quer ajudar a mudar o seu pequeno canto do mundo. Alguns acham que é uma causa perdida.
Dadier é o novo professor de uma escola secundária, num bairro degradado da cidade, onde tensões raciais, violência, gangs e apatia são o pão nosso de cada dia.
O professor não desiste dos seus ideais e paga um preço alto no seu confronto com os adolescentes problemáticos.

Este filme revela a relação, muitas vezes conflituosa, entre professores e alunos. E seria desejável que o Ministério da Educação o visse.Talvez assim valorizassem mais a dedicação e esforço dos professores e, em muitos casos , a luta que muitos enfrentam todos os dias.

É um tema bem actual, pois a violência verbal e física na escola, tem vindo a aumentar de ano para ano (é uma violência que passa por toda a comunidade escolar).
As escolas, na sua maior parte das vezes, nem sabem que medidas devem tomar para evitar este problema.

Ainda em relação ao filme "Sementes de violência".
Sinto-me feliz porque não me revejo nesta escola.
Estes não são os meus alunos.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Uma relação perfeita - Vinho do Porto e amêndoa



A arte de fazer doces costumava acompanhar a linha feminina.
Mas...com o passar dos tempos, o homem conseguiu, finalmente, libertar-se e passou a "dominar" a cozinha,com intensidade, emoção...


Bolo de amêndoa com um toque de vinho do Porto

Bata 300 gr. de açúcar com 8 gemas até ficar um creme fofo. Em seguida bata as claras em castelo. Misture-as ao preparado, suavemente, com 400 gr. de miolo de amêndoa picado, 4 colheres de sopa de pão ralado e um bom cálice de vinho do Porto.
Está pronto a ir ao forno.
Mas sou assim...

Eu gostaria de ser assim....

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Para uma noite fria de Inverno


Chocolate quente é uma bebida deliciosa e reconfortante
para uma noite fria de Inverno.
Bata no liquidificador um litro de leite desnatado, com uma lata de leite condensado, quatro colheres de sopa de chocolate em pó (amargo) e duas colheres de sopa de amido de milho. Para quem gostar de um sabor diferente misture três colheres de sopa de conhaque.
Leve ao lume em temperatura média até engrossar.
Serve-se bem quente e polvilhado com canela.

...Chocolate!



Um livro à nossa espera!


Viviane é uma mulher fora do comum. Ela e sua filha Anouk mudam-se para uma pequena aldeia do interior de França, muito conservadora.
Lá tem a "ousadia" de abrir uma loja de chocolates, ao lado da igreja.
E, através das suas receitas únicas, ela descobre o mais íntimo desejo de cada pessoa.

A loja de chocolates de Viviane é um apelo à sedução dos sabores...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Missão

Todos os anos apresento aos meus alunos este filme, a propósito do papel dos missionários Jesuítas, na defesa dos índios, no Brasil, contra a escravatura.

Fazem-me muitas perguntas ...

"e os índios vão morrer todos?" " e as crianças?" " e os missionários que vão fazer?"

Os seus comentários espontâneos, mostram claramente que estão contra os europeus e a favor dos indíos.

Também há risos pelo meio, quando vêem a nudez dos nativos.

Na parte final do filme ficam "tocados " com as crianças que, sozinhas, vão pelo rio acima, remando para a floresta...

domingo, 15 de novembro de 2009

Apanha da amêndoa



Já em casa ,sentia-me tão cansada que abandonei o cesto, no meio das escadas.
Agora só me falta partir a amêndoa. Espero não "britar" os meus dedos.


E espero voltar a Arnozelo para ver as amendoeiras em flor...

Tempo de amizade



Em Outubro, rumámos para o Norte, em direcção a Arnozelo.
Era a minha primeira experiência em apanhar amêndoa.
Adorei! Adorei! Adorei!
Entre risos e conversas, lá varejamos a amêndoa...
Foi um tempo de amizade que fica nas minhas lembranças.

O meu amigo J. ensinou-nos o que era "britar" a amêndoa.

Antigamente, partia-se a amêndoa com uma barra de ferro ou martelo.
Dava-se uma ou duas pancadas secas na amêndoa, colocada numa pedra de granito , até partir a casca.

sábado, 14 de novembro de 2009

um simulador de vida


Um momento mudou a sua vida

Rodrigo Mendoza é um caçador de escravos que faz da violência o seu modo de vida.

Um momento mudou a sua vida...

Ama o seu irmão mais novo, Filipe, mas este mantém uma ligação secreta com a sua noiva Carlotta. Ela se apaixonou por Filipe.
A descoberta deste amor secreto leva-o a um duelo com o irmão ,onde o mata.

O remorso leva-o a juntar-se aos Jesuítas, nas florestas brasileiras. Lá, ele fará tudo para defender os índios que antes escravizara.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Da janela do meu quarto...



O que mais gosto é olhar, da janela do meu quarto, e ver aquelas árvores.Gravei-as nas minhas memórias, antes que desapareçam ( e eu que gosto tanto de castanheiros...)
Corro a cortina e olho. Sabe-me bem e, num dia de chuva, ainda gosto mais.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Castanhas misturadas com abraços de amizade

Hoje a escola tinha um cheirinho diferente.

E as castanhas trouxeram-nos" um sopro de ar fresco", com a visita dos nossos amigos

de almoços e convívios.



Não há escola como a nossa, podem correr e saltar.







terça-feira, 10 de novembro de 2009

E quem não é?

O meu dilema existencial (às vezes penso que sou um bocadinho fútil ):" que hei-de vestir amanhã...quero ir bonita e receber elogios. Fazem-me bem à alma."

E quem não é?

o meu "bolinha"



Ainda me lembro. Fui buscá-lo a Estarreja e vinha numa caixinha de sapatos, carinhosamente aconchegado em papéis pequeninos. A caixa tinha uns furinhos para respirar. Fazia calor e não podia demorar muito com ele na mala do carro.

Nesse dia ainda houve uma pequena "discussão", cá em casa, por causa da escolha do nome.

Gosta de arranhar pernas, mas também é meiguinho.Quando quer!


Digam lá se não é fofinho!
Cheguei a casa, depois de mais um dia de escola.
Alunos, conversas, explicar milhentas vezes, mandar calar,...trabalho e
trabalho e mais trabalho.
Trabalho!? A escola faz-me bem e como diz o meu amigo L.F "vou dar-te mais
umas aulitas de Apoio, pois tu até gostas de almoçar cá. "
E pronto, lá se vai mais uma tarde livre.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

petit gâteau

Petit gâteau (pronuncia-se petí gatô) é um pequeno bolo de chocolate com recheio cremoso. Foi criado por acidente nos Estados Unidos da América, quando um aprendiz de chefe de cozinha aqueceu demais um forno. Mesmo com o erro, os clientes adoraram a receita e assim popularizou-se nos restaurantes de Nova Iorque na década de 1990.





Aqui vai a receita

Ingredientes:

200 gr de chocolate meio amargo
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal
1/4 de chávena(chá) de açúcar
2 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
2 ovos inteiros (tirar a pelinha das gemas)
2 gemas

Modo de Preparar:

Aqueça o forno em temperatura média.
Unte forminhas (de empada) de 7 cm de diâmetro, enfarinhe e reserve.
Bata os ovos, as gemas e o açúcar na batedeira até ficar esbranquiçado.
Junte o chocolate e a manteiga derretidos, com uma espátula, e vá misturando a farinha de trigo aos poucos.
Leve para assar de 6 a 10 minutos, fique de olho, cuidado para não queimar os "gatinhos".
Os bolinhos devem crescer e ficar com o meio molinho ( no meio a massa fica crua).
Desenforme-os directamente no prato em que irá servir (cuidado para não queimar as pontas dos dedos).
Servi-los com uma bola de gelado de creme ou de baunilha e calda de chocolate para enfeitar.
Talvez amanhã fiquemos nus, esta noite vamos vestir os pijamas.

Frases soltas ao pequeno almoço

"Anda muita fome encoberta".

"Fixe!"

"Aquele caramelo..."

"Mas tu...trabalhas? (he,he,he...)"

" Combói0"

Aquele que adivinhar recebe um beijo meu (em pensamento!Claro!)
Que estavam à espera?

Os reis e as alcovas




Vejam a preocupação dos nossos reis...

A lenda da Ferreirinha


No ano de 1861, o Barão Forrester conheceu Dona Antónia Ferreira, conhecida por todos como Ferreirinha, figura importantíssima da região, empresária proprietária de diversas quintas no vale do Douro e, dizem, dona de estonteante beleza. Em uma tola tentativa de galanteio, o Barão ofereceu-se para levar Dona Ferreirinha de barco até Régua, vangloriando-se de seus amplos conhecimentos na geografia da região. Conta-se por aí que durante o percurso o barão ficou de tal forma hipnotizado pela formosura da Ferreirinha, que se distraiu da direcção do barco, batendo nas pedras. Com o naufrágio, o barão veio, ironicamente, a falecer, enquanto Dona Ferreirinha se salvou, já que, reza a lenda, as amplas saias de seu vestido insuflaram-se de ar, servindo-lhe de bóia até que fosse resgatada. Ferreirinha só foi morrer bem velhinha (ainda mais considerando a época) aos oitenta e cinco anos, depois de muito aprontar por aí, imortalizando a marca de vinhos do Porto "Ferreira".

domingo, 8 de novembro de 2009


Um amigo ensinou-me a apreciar as belezas do Douro. Podemos ir muitas vezes lá, que haverá sempre algo novo para se descobrir. Para além disso, não nos podemos esquecer que a paisagem que beija o rio Douro, é património mundial da humanidade...

teorias blá blá blá

Estou cansada de ouvir conversas de alimentação saudável...isto faz mal ao colesterol, aquilo faz bem...
Tantas teorias!!!
Vem mais um "génio da medicina" que contraria o que se dizia que fazia bem.Mas afinal em que ficamos?
Meu conselho: uma boa alimentação rica em amor, misturada com uma pitadinha de pimenta (ah, como eu gosto de pimenta no queijo fresco), acrescenta-se um beijo de chocolate, um abraço com sabor a morango...assim ficaremos com uma pele melhor e seremos jovens toda a vida.

Mais prolongado do que o beijo

De acordo com um estudo, o chocolate possui um efeito estimulante mais prolongado do que o beijo na boca. Embora o beijo na boca tenha acelerado o coração dos participantes no estudo,o chocolate provou ser mais potente, tendo em alguns casos subido os batimentos cardíacos, de 60 para 140 minutos.Como causas deste fenómeno, as substâncias que compõem o chocolate e os seus efeitos enquanto se derrete na boca.

CHOCOLATE OU BEIJO? O QUE PREFEREM?

A arte de bem fazer marmelada


Pode parecer exagerado, mas a verdade é que a marmelada aparece sempre ligada ao conceito de prazer, e não apenas por ser doce. Em favor desta teoria, que adiante se desenvolverá, pode mesmo invocar-se abonação real, chamando a terreiro o exemplo do Rei Magnânimo, D. João V, um dos mais célebres comedores de ladrilhos de marmelada da história de Portugal, ele próprio responsável por muita da marmelada que no século XVIII se fez no Convento de Odivelas, durante o seu longo reinado de 44 anos.Conta-se, e a história confirma, que o Rei, beato e muito dado a superstições e bruxarias, já se tinha tornado conhecido como frequentador assíduo do Convento, quando para lá entrou uma bonita jovem de 17 anos, Paula Teresa da Silva e Almeida, mais tarde celebrizada com o nome simples de madre Paula. D. João V era tudo menos um platónico freirático. Guloso, galanteador, mulherengo e apaixonado, transformou-se num autêntico «coureur de femmes», e era vê-lo apear-se do seu coche, à porta do convento, «para ir ler papéis de solfa com as freiras assentadas nos joelhos», como diz Júlio Dantas, que lhe chama «galo de Odivelas e de Via Longa».D. João V apaixonou-se pois pela jovem Paula Teresa, que, apesar da sua tenra idade, já era amante do Conde do Vimioso quando entrou para o convento. Foi fácil ao Rei entender-se com o Conde, e Paula passou a ser a amante preferida de D. João V, que a transformou numa espécie de Madame Pompadour, mais desejosa de conforto e de prazeres do que de sacrifícios e de cilícios. E apesar da diferença de idades (o Rei era trinta anos mais velho do que a freira), D. João V visitava-a todas as noites, ou quase. Com tal assiduidade, nada mais natural que fazer alguma marmelada – a possível, é evidente. Mas também se admite que o Rei, bem resguardado dos olhares ávidos dos súbditos, algumas vezes tenha colaborado com a amante na confecção do pudim da Madre Paula, batendo as dez gemas de ovos que a receita indica. Em questões de doçura, não lhe faltava, aliás, que fazer, nem a ele nem a outro qualquer com as mesmas facilidades à chegada à portaria: o Convento de Odivelas tornou-se famoso pelo seu receituário doceiro, no qual avultavam, além do pudim da Madre Paula, o bolo-podre, os suspiros, o toucinho-do-céu e... os ladrilhos de marmelada, de que, pelos vistos, o Rei era grande consumidor.Verdade ou não, Alberto Pimentel diz que, em Odivelas, D. João V «entremeava as pulsações do coração com as contracções do estômago, mordiscando ladrilhos de marmelada com a Madre Paula; e tanto assim que um desses quadradinhos de doce, com evidentes de mordeduras régias, serviu, juntamente com outros ingredientes de procedência menos limpa, para uma célebre sorte de bruxedo que foi um dos mais apregoados escândalos desse tempo».O caso soube-se porque em 1736 as mulatas Salemas, bruxas de Setúbal, foram acusadas de terem preparado, com a cumplicidade do Padre Bartolomeu de Gusmão e de duas freiras de Odivelas, um feitiço com o objectivo de mudar o Rei da cama da Madre Paula para a de outra freirinha mais nova e também muito bonita. O bruxedo não deu resultado e D. João V lá continuou a fazer (e a comer) marmelada com a Madre Paula, talvez na esperança de que tão doce tarefa lhe fosse levada a crédito na hora do ajuste final de contas.