terça-feira, 24 de julho de 2012

Solidariedade

Procurei uma imagem que exprimisse o que vi ontem...não encontrei.
Quero refletir sobre essa situação.
Atos simples de quem é simples. De quem não tem automóvel para se deslocar, de quem age desinteressadamente, sem ter nada em troca. Sim, porque até na amizade, nós damos , mas queremos receber.
Não me quero dispersar - tenho esse mau hábito- e vou contar...
Ontem, no I.P.O do Porto, enquanto  acompanhava  a minha mãe que ia fazer mais uma sessão de quimioterapia conheci um idoso (talvez não fosse muito idoso, mas encontra-se naquele estado de indefinição). Estava sozinho. A enfermeira a explicar, com carinho, como ele deveria tomar os comprimidos... ele só dizia: "elas vêm já"
E " ela" chegou. Uma senhora simples, esbaforida, pois tinha andado numa correria (segundo o que nos contou-a mim e à minha mãe- como se nos conhecesse de há longos anos.Típico. Quantas vezes já vi isso!) para chegar a tempo. veio de autocarro da Foz e já tinha feito o almoço para a família. palavras dela " já dei de comer aos meus filhos e agora estou aqui. Ele não tem mais ninguém. sou uma vizinha que o acompanha. A mulher está num lar, não tem filhos e só tem uma irmã, mas nós os vizinhos é que cuidamos dele... a senhoria dele lava-lhe a roupa, outra cozinha e eu...ando por aqui com ele..."

É para refletir. Pessoas simples e de atos solidários. Será que noutra classe social, de nível económico confortável, poderíamos encontrar "disto"?

sábado, 21 de julho de 2012

Hoje vi o mar

Hoje vi o mar. A espuma branca batia, suavemente na areia molhada. Um convite. Nem sempre o mar está assim, sereno, aqui no Norte. É preciso aproveitar estes raros momentos.
Fui ao seu encontro, mas recuei logo! A água estava gelada. Habituei-me a ela , aos bocadinhos, até conseguir molhar-me. Não estive muito tempo e fui para  a toalha. Depois fico , imóvel, durante algum tempo, até que o sol me aqueça. Ouço tudo à minha volta, fecho os olhos e  e  " isolo-me". Sabe-me tão bem!

terça-feira, 17 de julho de 2012

O país que andava triste...

  
  
Era uma vez um país que andava muito triste com a crise que se tinha instalado....já ninguém andava de carro, não iam para férias em Punta Cana, nem nas Caraíbas, alguns só se atreviam a rumar para sul. Empacotavam as compras do Pingo Doce, as batatas e os limões dum vizinho generoso e lá iam arejar...nos intervalos das filas do continente e do fogão, ainda sobrava algum tempo para a besunta (tinh...am que justificar tão longa estafeta com um moreno invejável)...
Mas a tisteza continuava... até alguém que mandava naquele país disse: "Isto não pode continuar! O povo está cada vez mais triste.Temos que fazer alguma coisa para os alegrar!"
E contaram a maior anedota que jamais se tinha ouvido por aquelas bandas. A anedota espalhou-se nos órgãos de comunicação social, nos cafés, no face, nos msn e todos riam...riam tanto, tanto...
Bem haja a esse senhor que fez rir o país e , por isso, merece a equivalência ao cargo mais alto da nação!

O mar...

Gosto dele! Quem não gosta? Não sei o que é viver longe dele.Do seu cheiro, dos salpicos...mesmo quando dentro das suas entranhas se soltam urros e se agigantescam as vagas. Não sei escrever. Só sei sentir. Vou procurar um poema ao mar...



Mar, metade da minha alma é feita de maresia Pois é pela mesma inquietação e nostalgia, Que há no vasto clamor da maré cheia, Que nunca nenhum bem me satisfez. E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia Mais fortes se levantam outra vez, Que após cada queda caminho para a vida, Por uma nova ilusão entontecida. E se vou dizendo aos astros o meu mal É porque também tu revoltado e teatral Fazes soar a tua dor pelas alturas. E se antes de tudo odeio e fujo O que é impuro, profano e sujo, É só porque as tuas ondas são puras.

                     Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 15 de julho de 2012

''Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma.'' George Bernard Shaw

A "minha" escola

Estou ferida e maltratada... Esta já não é a minha escola. O que vivi na sexta feira 13 foi demasiado angustiante. Um sentimento de revolta e de mal estar cresce dentro de mim. Os meus colegas, os meus amigos que viveram comigo na casa que era "nossa", durante 10, 12, 18 anos... uma vida de partilha de bons e menos bons momentos. São agora um número numa lista de ordenação, fria , insensível, matemática... Parece que estou a viver um filme surrealista (nunca simpatizei com filmes surrealistas. Esses deixo-os para os intelectuais ou pseudo- desculpem os verdadeiros, mas hoje o meu espírito está cortante e irónico). Não entendo o que é a educação segundo o senhor ministro que quer "sucesso" no ensino. Um sucesso que passa pelo aumento de alunos por turma, pela exclusão de professores que deram tudo pelos alunos, que souberam ensinar! Sim, o ensino vai perder bons profissionais, aqueles, que não fazem projetos, não pedem avaliação, mas que dentro da sala de aula, mostram aos seus melhores avaliadores (os alunos) aquilo que são! Ensinam, educam, mesmo quando o sistema os ataca. Esses dizem perante tanta adversidade: "os alunos não têm culpa"... Queria dar aulas ao ar livre ou continuar a passar frio no Inverno, sem poder tirar o meu casaco grosso, para não correr o risco de morrer gelada ou apanhar chuva e vento, na pssagem entre os blocos, mas continuar com os meus colegas de jornada! Que me interessa uma escola fisicamente um modelo, onde se lapidaram dinheiros públicos, a troco do desemprego de bons profissionais? Deixo aqui a minha indignação contra políticos frios e insensíveis que deixaram a corrupção instalar-se.

Anarquias de uma paixão

Mais uma vez chego em casa e o teu caos já está instalado. Ainda bem, pois assim posso contemplar tua desordem. É na bagunça sensual de teus vestígios que descubro os segredos dos teus bastidores. Mesmo assim, o núcleo do teu tufão se revela como uma paisagem. Camarim de distrações. Passo pela porta e teus sapatos, jogados ao revés, cansados de marchar sobre o desejo daqueles que te olharam durante o dia, recepcionam-se como cães desdenhosos. Sobre o sofá, tua bolsa aberta vomita restos de papéis, batom, escova e canetas que me espiam. Adubo de teus segredos. Na área de serviço, tua lingerie estendida no varal revela a gama de personagens já interpretados por ti. Máscaras sem uso. Meu bordel esvoaçante. Uma taça untada de vinho foi abandonada por ti sobre a mesa da cozinha. A marca de batom vacila se deve fixar-se ou não. Vitrine de tuas aquarelas. Pelo caminho que me leva até nosso quarto, livros, revistas com marcações aleatórias de algo que tenha chamado tua atenção mostram que passastes por aqui. Teu casaco abraça minha cadeira onde trabalho. Sei que queres impor tua autoridade até sobre o que é inanimado em mim. Artigo e imagem tirada da obvious

A desordem também pode ser bela

A desordem será uma forma de liberdade? A desordem será uma desculpa para alguém justificar a sua desordem? A desordem será sensualidade? Li um artigo da obvious que gostei e passo a publicar aqui... A desordem, quando parte da mulher, também pode ser bela, desconcertante e incrivelmente libidinosa.

A liberdade de errar...

O único ditador que eu aceito é a voz silenciosa da minha consciência. Você deve ser o exemplo da mudança que deseja ver no mundo. De nada adianta a liberdade, se não temos a liberdade de errar. Mahatma Gandhi

domingo, 8 de julho de 2012

As minhas peras bêbedas

Descasquei oito peras pequeninas e riginhas. Reguei-as com sumo de limão q.b. Mergulhei-as em calda de açúcar que fiz previamente ( mais ou menos 300 gramas de açúcar e água a olho). Antes de as mergulhar, envolvi na calda de açúcar 7,5 dl de vinho tinto maduro e um cálice de vinho do Porto. Deixei-as ferver, sempre com o pezinho fora da calda. Ah! Não se esqueça do pau de canela que é imprescindível, pois dá-lhe aquele gostinho especial. Depois de cozidas, escolhi uma taça bonita e enfeitei-a com as peras. A cal
da continuou a ferver mais um bocado e só depois é que as reguei. Estavam deliciosas, segundo as minhas filhas. Andaram sempre a comê-las pela tarde fora...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cozinhar com emoção

Receber amigos conduz-me a mil e uma emoção: a escolha da toalha, dos copos...vou à cristaleira procurar (sou maníaca por copos!). Quero-os todos. Imaginar a confeção e o prazer que vou dar com o que preparo. No outro dia preparei com todo o cuidado umas peras bêbedas. Pequeninas, saborosas...fizeram sucesso. Ouvir elogios faz parte da emoção. Que bom é sabermos dar prazer com o que cozinhamos!