quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Ilha Dourada


Os relacionamentos são muito estranhos...

Existem os relacionamentos sociais, como o casamento (com ou sem amor), a família, o "porto seguro" como eu lhe costumo chamar.
O "porto" que todos desejam e procuram, o que evita a solidão, o que traz o bem estar, o que dá uma felicidade razoável, mas morna de emoções, carências camufladas.
Muitas delas sem consciência. O que transporta um dos bens mais preciosos - a família.
O maior dos amores pode apagar-se na monotonia ou, pelo contrário, conservar a frescura do início. Mas para isso não poderá haver "envenenamentos".

E existe o relacionamento que não é social a que Francesco Alberoni exemplificou com a "Ilha Dourada".

Essa ilha tem a ver com um amor secreto, proibido e condenado socialmente.
Trata-se de alguém que é casado e sente amor por outra pessoa.Um amor que não é projectado para se tornar uma vida social em comum, mas como uma relação secreta, cercada por altas muralhas de silêncio e dissimulação.
A relação amorosa é separada do mundo, protegida na sua pureza, arrebatada à vida de
todos os dias, ao controle social. Os encontros amorosos são orgias sagradas protegidas pelo segredo.

O encontro, neste tipo de amor, tem um valor em si, não é um meio, mas sim um fim, não é uma etapa, mas sim uma meta. Não se projecta no futuro, não faz projectos. de cada vez poderia ser o último, e por isso saboreado até ao fim.

Os encontros ocasionais, secretos, conservam um carácter extraordinário também para o erotismo.Se esses encontros tivessem de se tornar diários, se a relação tivesse de ser manifesta, se o amante tivesse de se tornar marido ou mulher, talvez o encantamento se desvanecesse. Alguma paixões eróticas intensas conseguem durar muitos anos, precisamente porque são descontínuas e secretas (...)


domingo, 23 de maio de 2010

Um passeio pelo campo





Já há muito tempo que não encontrava uma cabrinha.
Não consegui aproximar-me, pois havia um riacho pelo meio.

Salgueiros, um canastro coberto de heras, uma cabana feita com canas e muitas, muitas casas abandonadas...

É bom imaginar histórias à volta dessas casas.
Quem teria vivido lá...onde param essas famílias...

Espectacular!!!



Impressionante o final do famoso ballet "O Lago dos Cisnes"

A ideia do Lago dos Cisnes nasceu em 1871, quando Tchaikovsky passava o verão em Kamenka, Ucrânia, na casa da irmã Alexandra Davydova. Naquele raríssimo momento de lazer e convívio, entregou-se à criação de um balé-miniatura dedicado aos sobrinhos e chamou-o Lededione Ozero (O Lago dos Cisnes).

O Lago dos Cisnes


No castelo realiza-se com toda a pompa o aniversário do príncipe Siegfried. A rainha oferece ao filho como presente um arco e flechas e pede-lhe que, no dia seguinte, escolha uma esposa entre as convidadas da festa. Quando os convidados saem do castelo, um grupo de cisnes brancos passa perto do local. Enfeitiçado pela beleza das aves, o príncipe decide caçá-las.

O lago do bosque e as suas margens pertencem ao reino do mago Rothbart, que domina a princesa Odette e todo o seu séquito sob a forma de uma ave de rapina. Rothbart transformou Odette e as suas donzelas em cisnes, e só à noite lhes permite recuperarem a aparência humana. A princesa só poderá ser libertada por um homem que ame apenas ela. Siegfried louco de paixão pela princesa das cisnes, jura que será ele a quebrar o feitiço do mago.

Na corte da Rainha aparece um nobre cavalheiro e sua filha. O principe julga reconhecer que a filha do nobre cavalheiro Odile é a sua amada Odette, mas na realidade por baixo das figuras do nobre cavalheiro e a sua filha escondem-se o mago Rothbart e a feiticeira Odile. A dança com o cisne negro decide a sorte do principe e da sua amada Odette: enfeitiçado por Odile, Siegfried proclama que escolheu Odile como sua bela futura esposa, quebrando assim o juramento feito a Odette.

Os cisnes brancos tentam em vão consolar a sua princesa. Mas Odette destroçada pela decisão do príncipe, aceita a sua má sorte. Nesse momento surge o príncipe Siegfried que explica a donzela como o mago Rothbart e a feiticeira Odile o enganaram. Odette perdoa o príncipe e os dois renovam os votos de amor um pelo o outro. O mago Rothbart, impotente contra esse amor, decide se vingar dos dois e então inunda as margens do lago, Odette e as suas donzelas logo se transformam em cisnes novamente e o príncipe Siegfried tomado pelo desespero se afoga nas profundas e turbulentas águas do lago dos cisnes. O príncipe não sobrevive. É a morte de amor.

domingo, 16 de maio de 2010

Fim de tarde










Hoje dei uma caminhada e fui tirando fotos pelos sítios que percorri...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Lindo!



Obrigada meu amigo, por me teres dado a conhecer as músicas de Jack Hody Johnson.
Esta é uma das minhas preferidas.

Momento de ouvir




Jack Hody Johnson nasceu em Honolulu, Havaí, 18 de maio de 1975 e cresceu na Baía Norte de Oahu, também no Havaí, e actualmente vive em Haleiwa. Antes de lançar o seu primeiro álbum de estúdio, Jack Johnson fazia filmes de surfe.
Jack se aproximou mais da música aos 17 anos, quando ao participar de uma competição de surfe, sofreu um acidente que o deixou 90 dias parado. Durante esse período, começou a compor influenciado por ídolos como Bob Marley.

Foi estudar cinema na Califórnia aos 18 anos, não queria ser um profissional do surfe, por isso decidiu estudar cinema, ideia que lhe rendeu um documentário (Thicker than water), dirigido por Jack, gravado a partir de uma aventura ao redor do mundo com amigos, documentário aquele que em 1997 ganhou o título de documentário do ano pela revista Surfer.
Jack Johnson ainda fez mais 2 documentários, ambos também sobre surf: A Broken Down Melody e September Sessions. O próprio Jack compôs as trilhas sonoras dos documentários. Incentivado por amigos como Ben Harper que o indicou para uma grande gravadora, ele gravou seu primeiro CD, Brushfire Fairytales em 2001 e a partir daí ganhou grande notoriedade a nível mundial.

Pretória, decorada com Jacarandás



Um amigo enviou-me esta foto. Diz ele que em Pretória existem tantos Jacarandás que a cidade é toda lilás.

Durante a Primavera a cidade se veste de várias cores, o que lhe dá um aspecto magnífico, de uma beleza incomparável.
Dizem que as sementes do Jacarandá teriam vindo do Brasil há 150 anos.

O Homem do Leme

As Descobertas

As Descobertas, grande feito dos portugueses, inspiraram os nossos "grandes" poetas.Tão Grandes como a coragem dos navegadores ao navegar por mares desconhecidos...
Camões nos "Lusíadas" e Fernando Pessoa na "Mensagem"

"Mar Português" é o poema de "Mensagem" e é praticamente uma sucessão de grandes frases.

Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!
Quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso, ó mar!
Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor.
E Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu.

O Gigante Adamastor



Para se gostar de História e desenvolver o gosto por ela, não posso limitar-me ao que o manual dos meus alunos conta. Sendo assim tornar-se-ia uma "seca", como eles dizem muitas vezes.
Contar histórias de amor, lendas, mostrar imagens à volta delas é o que alicia os alunos.
Não passo pelas Descobertas, tema do 5ºAno, sem lhes mostrar a figura horrenda do gigante Adamastor.

Cinco dias depois da paragem na Baía de Santa Helena, chega Vasco da Gama ao Cabo das Tormentas e é surpreendido por uma nuvem negra “tão temerosa e carregada” que pôs nos corações dos portugueses um grande “medo” e leva Vasco da Gama a evocar o próprio Deus todo poderoso.

Foi o aparecimento do Gigante Adamastor, uma figura mitológica criada por Camões para significar todos os perigos, as tempestades, os naufrágios e “perdições de toda sorte” que os portugueses tiveram de enfrentar e transpor nas suas viagens.

Esta aparição do Gigante é caracterizada directa e fisicamente com uma adjectivação abundante e é conotada a imponência da figura e o terror e estupefacção de Vasco da Gama, e seus companheiros, que o leva a interrogar o Gigante quanto à sua figura, perguntando-lhe simplesmente “Quem és tu?”.

O Gigante num tom de voz “horrendo e grosso” anuncia os castigos e os danos por si reservados para aquela “gente ousada” que invadira os seus “vedados términos nunca arados de estranho ou próprio lenho”.

O Gigante Adamastor diz ainda que as naus portuguesas terão sempre “inimigo a esta paragem” através de “naufrágios, perdições de toda a sorte, que o menor mal de todos seja a morte”, a fazer lembrar as palavras proféticas do Velho do Restelo.

Após o seu desabafo junto dos lusitanos, a nuvem negra “tão temerosa e carregada” desaparece e Vasco da Gama pede a Deus que remova “os duros casos que Adamastor contou futuros”.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Partiu livre como sempre viveu...



Conheci a música de Lhasa de Selma através de uma amiga.
Músicas cheias de emoção e que ainda causam mais tristeza por sabermos que morreu jovem, no primeiro de Janeiro deste ano.

"Lhasa de Sela não estava interessada no estrelato, na fama ou no dinheiro. Não que quem aspire a isso seja menos válido. (...) Porém, a Lhasa era diferente. Parecia que cantava apenas por imperativo de consciência, sem grandes preocupações com estratégia de mercado. Daí apenas ter deixado três álbuns".
Fora dos palcos, Lhasa de Sela era simples e densa . Simples no trato, na forma como lidava carinhosamente com todos. Densa pela profundidade e maturidade que revelava, provavelmente fruto do nomadismo que marcou toda a sua vida.

A Lhasa partiu como sempre viveu. Sem grandes alaridos. Partiu livre. Como sempre viveu" .

sábado, 1 de maio de 2010

Sílvia Machete

BIOGRAFIA
A artista performática Sílvia Machete deixou o Brasil e foi estudar francês e artes circenses em França. Estudou na Sorbonne, mas seis meses depois já estava matriculada numa escola de circo. Da janela do apartamento onde morava, Sílvia assistia às apresentações dos artistas de rua e apaixonou-se pela arte. Foi para a Suíça e acabou conhecendo seu ex-marido na rua, onde ele apresentava seus números de malabarismo. Apaixonaram-se e foram morar num caminhão, viajando e fazendo shows por toda a Europa. Passou um tempo em Nova Iorque, onde residiu e trabalhou. Lá no East Village, bairro boémio novaiorquino, Sílvia podia ser vista com seus bambolês, seu vestidinho vermelho e violão debaixo do braço. Em suas apresentações ela mistura o que mais gosta de fazer: divertir o público, apresentações números de circo, truques de mágica, strip-tease, equilibrismo e malabarismos, com toques de musical, vaudeville, teatro e circo, além de cantar composições próprias (“e impróprias”), sempre românticas, mas com um pé no humor.

Fonte: Evanei

Devassa ou Santa?



Estive com ela,no Cine Teatro de Estarreja, onde nos encantou com o seu humor e simpatia habitual nos cariocas. Ela cantou, rodopiou o arco e brindou ao amor.
Na cabeça usou uma pomba branca, da qual nunca se separa (é o seu amuleto da sorte).