sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Serenidade

Sorrisos e olhares

O sorriso é sempre bom para quem sorri e melhor ainda para quem 0 quem o recebe.

Gosto deles abertos, que reflectem a alma.



O olhar expressivo fala sem palavras.

Eu acho os olhos lindos, cada um à sua maneira,
não consigo compará-los porque cada um tem a sua beleza.

domingo, 21 de novembro de 2010

A ironia de Eça sempre em alta


Ó Eça, a tua ironia faz-nos falta!

Quando vocês, os "vencidos da Vida", se sentavam à mesa do restaurante Tavares e numa pose mais de vencedores do que vencidos, suscitavam a troça de Fialho de Almeida, Pinheiro Chagas e outros...não ficavam calados!

Resposta de Eça a uma crítica de Pinheiro Chagas

"(...) Onze sujeitos que há mais de um ano formam um grupo, sem nunca terem partido a cara uns aos outros; sem se dividirem em pequenos grupos de direita e de esquerda; sem terem durante todo este tempo nomeado entre si um presidente e um secretário perpétuo; (...) ; estes homens constituem uma tal maravilha social que certamente para o futuro, na ordem das coisas morais, se falará dos Onze de Braganza, como na ordem das coisas heróicas se fala dos Doze de Inglaterra. Dissemos."

Adoro a tua ironia!

Os vencidos da vida


Quem são eles?

"Para um homem, o ser vencido ou derrotado na vida depende, não da realidade aparente a que chegou – mas do ideal íntimo a que aspirava".

Esta é a denominação dada à fase final da Geração de 70, que corresponde ao fim do século. É a fase em que Eça de Queirós, Antero de Quental e Oliveira Martins renunciam à acção política e ideológica imediata. Surge a idealização vaga de uma aristocracia iluminada, contraponto do socialismo utópico. Exemplo disto é o elogio de Eça ao rei, a defesa de uma monarquia agonizante:

"O Rei surge como a única força que no País ainda vive e opera".
Esta é a fase suprema da ironia queirosiana.

Os "Vencidos da Vida" são as onze figuras que se reuniam de 1887 a 1889 semanalmente para jantar e conversar no Hotel Bragança, no café Tavares ou na residência de um dos participantes que eram: Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, António Cândido, Eça de Queirós (só 1889), o conde de Ficalho, o conde de Sabugosa, o futuro conde de Arnoso, o depois marquês de Soveral, Carlos de Lima Mayer e Carlos Lobo de Ávila.
A denominação decorre da renúncia destes intelectuais às suas aspirações de juventude.

Esta desilusão e desistência patente neste grupo, é confirmada pelo suicídio de Antero no ano de 1891.

Nalguns dos seus romances Eça evidencia este desalento que caracteriza uma Geração anteriormente tão activa, tão combativa que tentava revolucionar a sociedade no seio da qual foi criada. Mesmo o personagem tão conhecido que Eça denomina "Fradique Mendes" é um símbolo desta desistência.

E agora? Não seremos nós, uns "vencidos da vida", desacreditados com os políticos que nos governam e que "democraticamente" fazem o que querem?

sábado, 20 de novembro de 2010



O rei D.Carlos tinha uma relação com o mar muito forte e gosto por embarcações.
Tantas vezes que o rei pintou estes temas!
Muito ligado a Cascais,local de veraneio da corte, pintava o mar revolto ou tranquilo, a noite e o dia.

Fotografias, desenhos e pequenas aguarelas, datadas da infância e da juventude do então príncipe D. Carlos, deixam-nos perceber a precocidade da sua paixão pelo mar e de como sempre se interessou por transpor para o papel ou para tela aquilo que observava.

Mas o mar não seria apenas o tema que pintava.
Um dos seus quadros que eu aprecio é o de um tronco de sobreiro. Inspirado, quem sabe, num dos momentos passados em Vila Viçosa!

A Duquesa


A música e os figurinos deste filme são fantásticos!

Momento de ver este filme numa tarde que se adivinha chuvosa.

O fascínio do século XVIII

Georgina, na campanha política

A "época" histórica que sempre me fascinou, desde os meus tempos de estudante até hoje - século XVII. O vestuário, as intrigas palacianas e, claro, o marco histórico da viragem de todos os tempos, a Revolução Francesa.
O grito dos revolucionários: Liberdade, Igualdade e Fraternidade!
Os pensadores deste século: Voltaire, Roussseau, Diderot, Hume... tudo isso me atrai.

Escolhi a imagem da personagem do filme " A Duquesa", por representar uma mulher que rompeu com todas as convenções, ligou-se ao Partido Liberal, participando activamente em campanhas políticas, numa época em que o direito ao voto ainda levaria um século para ser concedido às mulheres.

Foi pena, Georgina, não ter conseguido a liberdade para si mesma!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Resvés, Campo de Ourique

Hoje falei aos meus alunos do terramoto de 1755.

Gosto de ir para além do que está no manual e conto-lhes as "histórias" da nossa História. A curiosidade aumenta e as perguntas surgem...

Também houve um tsunami? Morreram muitas pessoas?

E eu aguço-lhes o interesse.


Durante o terramoto o estrondo foi medonho e a população lisboeta corria, sem rumo, desvairada, apavorada, gritando: "cai o Carmo e a Trindade".
Queriam dizer que os conventos do Carmo e da Trindade desabaram.

E ainda há mais expressões populares...

É o caso da expressão: “Resvés, Campo de Ourique”.

Ao que parece, esta expressão surgiu pelo facto do mar, após o sismo, terá invadido Lisboa e chegado às imediações do Campo de Ourique.

E a aula continua...


“Fazer tijolo” terá resultado do facto de ter sido usada, para a reconstrução de Lisboa, argila proveniente de antigos cemitérios árabes, sendo por vezes encontradas ossadas.

Estas expressões fazem parte da nossa cultura e, de forma natural, usamo-las, sem reflectir na sua origem.

domingo, 14 de novembro de 2010

Solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear …. isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar… isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos… isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida… isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado… isto é circunstância.

Solidão é muito mais do que isto.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

Francisco Buarque de Holanda

Old Love



Quem não gosta de ouvir o som desta guitarra?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

...uma nova pincelada a cada dia.

A vida não é um quadro pronto, e sim uma obra de Arte

Que se revela com uma nova pincelada a cada dia...

Roberto Shinyashik

" Poetas anarquistas de pincel"



Arte Naif

O adjectivo naïf é o mais empregado para o género de pintura chamado também de ingénuo e às vezes primitiva (no Brasil). Na época em que foi lançado, o termo naïf era um apelido, como em outras épocas, os pintores foram chamados de impressionistas, cubistas, futuristas, etc...

Os naïfs, em geral, são autodidactas e sua pintura não é ligada a nenhuma escola ou tendência. Essa é a força desses artistas que podem pintar sem regras, nem constrangimentos. Podem ousar tudo.



Henri Rousseau (1844-1910), homem de pouca instrução geral e quase nenhuma formação em pintura, em sua primeira exposição foi acusado pela crítica de ignorar regras elementares de desenho, composição e perspectiva, e de empregar as cores de modo arbitrário. Estreou com uma original obra-prima, "Um dia de carnaval", no Salão dos Independentes. Criou exóticas paisagens de selva que lembram tramas de sonho e parecem motivadas pelos sentimentos mais puros.

Nos primeiros anos do século XX, após despertar a admiração de Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Pablo Picasso, Robert Delaunay e outros intelectuais e artistas, seu trabalho foi reconhecido em Paris e posteriormente influenciou o surrealismo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Amar não é ser egoísta


Tenho a certeza que tu és o meu maior amigo, o mais dedicado, o melhor de todos. Como eu o vi hoje bem! Como tu és leal e bom! Tão diferente de todos os outros homens que para te pagar o que no futuro hei-de dever-te, será pequena a minha vida inteira, mesmo que ela seja imensa. Os outros, amando as mulheres, são como os gatos que quando acariciam, é a eles que acariciam. Amar não é ser egoísta, é tantas, tantas vezes o sacrifício de nós próprios! A dedicação de todos os instantes, um interesse sem cálculo, uns cuidados que em pequeninas coisas se revelam e o pensamento constante de fazer a felicidade de quem se ama.

Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)

Momento de poesia...




Como é bom sentir as tuas mãos…
Na minha pele
O calor da tua boca
A intensidade dos teus beijos.

O deslizar das teus lábios
Pelo meu corpo…
A ternura das tuas carícias
Os teus beijos ardentes…

Adoro as tuas mãos vagabundas
Quando subtilmente…
Passeiam em mim
Incendiando os meus sentidos
Desvairando a minha razão.

Assim somos nós
Com a nossa intensidade
O nosso desejo
A nossa paixão.

Gil Moura