domingo, 30 de dezembro de 2012

Porto Desaparecido

Não é a minha terra, mas estudei lá, durante 4 anos. Percorri aquelas ruas, fiz amizades e continuo a gostar de deambular pela rua Santa Catarina.
Este quadro, de autor desconhecido , é lindo! (Ponte pêncil do Porto, 1872)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Este era o "meu" liceu

Situado  mesmo no coração da vila (nessa altura ainda era vila), numa rua , ladeada por um lancil tão estreito, tão estreito, que não conseguíamos caminhar lado a lado. Quando passava um camião encolhíamo-nos. Era o meu liceu!

Antes tinha sido um colégio interno e externo. Era o "Colégio". Data de 1932 a sua fundação. A sua diretora era a D. Maria Adília. Esta senhora casou com um ex-aluno dela: António de Almeida, por sinal meu conterrâneo.

Em 1971, nasceu no edifício do antigo colégio, uma seçcão do liceu Nacional de Aveiro que, em 1973, viria dar origem ao Liceu Nacional de Oliveira de Azeméis- o "meu" liceu.


Tempos felizes em que subia a escadaria interior, toda em madeira e,enquanto esperávamos pelos professores, ouvíamos o barulho do trãnsito. A imagem mostra a janela da minha sala de aula (a da esquerda). Ainda existe, com a varanda em ferro forjado marcada pelo tempo...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

 
 
Nuvens correndo num rio Nuvens correndo num rio Quem sabe onde vão parar? Fantasma do meu navio Não corras, vai devagar! Vais por caminhos de bruma Que são caminhos de olvido. Não queiras, ó meu navio, Ser um navio perdido. Sonhos içados ao vento Querem estrelas varejar! Velas do meu pensamento Aonde me quereis levar? Não corras, ó meu navio Navega mais devagar, Que nuvens correndo em rio, Quem sabe onde vão parar? Que este destino em que venho É uma troça tão triste; Um navio que não tenho Num rio que não existe.

                                                                Natália Correia

O amor é feito de espelho

Se sou amado,
quanto mais amado
mais correspondo ao amor

Se sou esquecido,
devo esquecer também,
pois o amor é feito espelho:
tem que ter reflexo

  ( Pablo Neruda)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A vida é um ciclo

Gosto de viver, mesmo que este "ciclo" não seja o melhor... sei que vai passar e um dia fará parte de uma recordação que, mesmo sendo dolorosa, ensina.


Os meus sonhos, esses continuarão intactos, doutra forma não saberei viver.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

sábado, 24 de novembro de 2012

Tu és responsável

O ciclo da vida...

A música é, por vezes, um reflexo do nosso estado de espírito... hoje a minha alma está triste.
A nossa vida tem um ciclo. Tudo é natural. As folhas das árvores que brotam e caem quando chega a altura...as flores...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Longe vão os tempos...

Longe vão os tempos em que vivi na Madeira, precisamente em frente às ilhas Desertas.
Lá do alto (vivia numa casa "pintada" de cimento, vizinha de uma levada de água cristalina) avistava todos os dias as ilhas. Por vezes, encobertas, mas sempre belas.
    Tinha vontade de as visitar, mas nunca o fiz.

 
 Hoje, ao deparar com esta foto, recordei-as...

sábado, 10 de novembro de 2012

Um dia destes vou ...Voar!

Estou como um pássaro que perdeu uma das suas asinhas ...anseio recuperá-la e voar, voar...voar sem destino...de vez em quando planar no vazio. Um vazio bom! Daquele que nos faz sentir que temos um momento só nosso. Bem nosso! Que ninguém nos rouba.

 
Um dia destes vou voar...voar...voar...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A Criança em Ruínas


Epígrafe...
  Fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
Eu sei exatamente o que é o amor. O amor é saber que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer. O amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte de nós que não é nossa. O amor é ter medo...

José Luís Peixoto, " a CRIANÇA EM RUÍNAS"

sábado, 27 de outubro de 2012

Sabor bem português!

 
Quentes e Boas!

   Na Praça da Figueira, ou no Jardim da Estrela, num fogareiro aceso é que ele arde. Ao canto do Outono,à esquina do Inverno, o homem das castanhas é eterno. Não tem eira nem beira, nem guarida, e apregoa como um desafio. É um cartucho pardo a sua vida, e, se não mata a fome, mata o frio. Um carro que se empurra, um chapéu esburacado, no peito uma castanha que não arde. Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado o homem que apregoa ao fim da tarde. Ao pé dum candeeiro acaba o dia, voz rouca com o travo da pobreza. Apregoa pedaços de alegria, e à noite vai dormir com a tristeza. Quem quer quentes e boas, quentinhas? A estalarem cinzentas, na brasa. Quem quer quentes e boas, quentinhas? Quem compra leva mais calor p'ra casa. A mágoa que transporta a miséria ambulante, passeia na cidade o dia inteiro. É como se empurrasse o Outono diante; é como se empurrasse o nevoeiro. Quem sabe a desventura do seu fado? Quem olha para o homem das castanhas? Nunca ninguém pensou que ali ao lado ardem no fogareiro dores tamanhas. Quem quer quentes e boas, quentinhas? A estalarem cinzentas, na brasa. Quem quer quentes e boas, quentinhas? Quem compra leva mais amor p'ra casa.

Letra: Ary dos Santos

Fruto saboroso

Há dias fui presenteada por este fruto. Provei e não consegui parar... mais, mais... agradável o sabor, macio e come-se de uma vez só. Exótico: kiwi anão... nunca tinha provado...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

momento de ouvir

Lindo o som desta guitarra...apetece estar sempre a ouvir...

domingo, 21 de outubro de 2012

Tocante

Condenada por um copo de água

Nem queria acreditar quando li o que aconteceu a Asia Bibi!

  Uma aldeia no centro do Paquistão, perto de Lahore. A temperatura chega aos 40ºC e as mulheres trabalham nos campos. Entre elas está Asia Bibi. Asia tem sede. Ela tira um balde do fundo do poço, despeja um pouco de água numa velha xícara de metal e bebe até ao fim. Enche de novo a xícara e oferece-a a outra mulher a seu lado. É nesse momento que assina a sua sentença de morte. Asia é cristã e a chávena de metal pertence às suas amigas muçulmanas. Ao mergulhar de novo a chávena no balde depois de ter bebido nela, Asia sujou a água. Depressa se começou a falar de blasfémia. Asia é condenada, sentenciada à morte. Por enforcamento. Tudo por um copo de água. Há já dois anos que Asia está na prisão, à espera de ser executada. Quer o governador Salman Taseer quer o ministro para as Minorias Shanbaz Bhatti, que a tentaram ajudar, estão agora mortos - assassinados. Estes acontecimentos chocaram e indignaram o mundo inteiro - o Papa Bento XVI falou publicamente em apoio a Asia e Bhatti chegou a encontrar-se com Hillary Clinton antes da sua morte, para discutir o caso. Hoje, somente o marido e o advogado conseguem vê-la, em condições muito difíceis e apenas através de um ecrã. Nos últimos meses, por detrás das grandes paredes da prisão onde Asia vive em condições sub-humanas, pessoas sem nome (para protegerem a própria segurança) ajudam a passar a sua palavra cá para fora. Asia Bibi está a pedir ajuda. Durante este tempo, e sempre que as condições de segurança o permitiram, cada capítulo do manuscrito foi-lhe apresentado. O texto deste livro contém o seu total acordo e apoio à sua publicação. Este é um relato extraordinário na primeira pessoa, um pedido de ajuda tocante.



 
Não há palavras!
 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As minhas "trufas"

Ralo a bolacha até ficar em pó. Derreto 125 gramas de manteiga e junto-a à bolacha. Como sou muito gulosa, não podia cá faltar uma lata do maravilhoso (e calórico!) leite condensado. ainda adiciono dez colheres de sopa de chocolate em pó e mais dez de côco ralado. Mexo tudo. Levo um tempinho (pouco) ao frigorífico para ficar mais riginho e mais facilmente moldar as bolinhas. Depois de bem formadinhas passo-as por canela. Adoro o contraste do sabor da canela com o do chocolate! Deliciosas!!!

OS MENINOS DAS ÁRVORES

São crianças, correm livres e soltas, sobem árvores, fazem tropelias e observam atentas o mundo dos adultos ao seu redor sem que demos conta. São de cartão e estão penduradas pela cidade de Barcelona. Vigilantes, apanham os mais desprevenidos de surpresa com o seu ar inocente e brincalhão.

domingo, 23 de setembro de 2012

O carinho não se pede

" Nunca implore carinho, atenção ou amor. Se não é dado por vontade própria, não vale a pena ter" Como disse uma amiga minha, esta é uma verdade incontornável, mas não deixa de ser cruel.

domingo, 16 de setembro de 2012

A diva

Cantar é falar com a alma

Neste dia, morreu em 1977, a divina Maria Calas, incompáravel cantora lirica, fica para sempre a voz feminina do século XX, personagem mítica pela sua vida breve , intensa, sofrida... Nascida e destinada a cantar, tudo se torna mais fácil para ela, pois asua voz é um encanto...

Cantar é falar com a alma diretamente ao coração; é vibrar o corpo docemente na emoção!
  (Robson Florencio Paim)

sábado, 15 de setembro de 2012

Belíssimo

Adoravelmente romântica


Isadora Ducan nasceu em São francisco e morreu em Nice.

Dançava ao som de músicas românticas e parecia uma deusa grega. Conseguia transportar os espetadores à Grécia Antiga....
Teve a audácia de dançar com os pés nús e  deixou uma mensagem: a dança deve ser livre!

As imagens falam por si...

Adeus amigos. Vou para o amor!


Quem era Isadora?
Uma mulher irreverente que criou a sua própria dança, com movimentos improvisados, inspirados nos movimentos da natureza, vento, plantas...
  Os cabelos meio soltos e os pés descalços também faziam parte da personalidade profissional da dançarina. Sua vesti- menta era leve, com túnicas inspiradas nos vasos gregos. Como cenário, apenas uma cortina azul. Dançava ao som de Chopin e Wagner.
  A expressividade e improvisação estavam sempre presentes e marcaram a sua dança!

Na vida pessoal não se curvava à tradição. Pouco dada a casamentos e só o fazia (casou três vezes) por saber que podia separar-se, caso necessário.

Isadora morreu em um acidente de carro conversível, quando a sua echarpe ficou presa a uma das rodas, estrangulando-a. Durante anos uma amiga disse que as últimas palavras proferidas antes de entrar no carro conduzido por um jovem, foram: "Adeus, amigos! Vou para a glória.", tendo anos depois rectificado que eram "Adeus amigos. Vou para o amor". A sua intenção era que Isadora fosse recordada com uma frase mais elegante que aquela que realmente proferiu.

Angela Isadora Ducan, tal como Frida Kala, foi livre na sua expressividade .






Mulheres Livres

Sempre me interessei por estes temas... Esta será a minha próxima leitura: "Mulheres Livres"


Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em Portugal, obrigou o tempo a andar à frente do seu tempo. Marie Curie, duas vezes Prémio Nobel, tinha nas suas veias a sede do conhecimento. A primeira mulher primeira-ministra do seu país, Benazir Bhutto, representou uma pedra no charco do mundo islâmico. A bailarina e coreógrafa Isadora Duncan e a pintora Frida Kahlo viveram a sua arte em total liberdade. Maria de Lourdes Pintasilgo, contra tudo e contra todos, ascendeu a um lugar nunca antes imaginado ser possível alcançar por uma mulher, o cargo de primeira ministra de Portugal, quebrando tabus instituídos. Eleanor Roosevelt imprimiu o seu nome na História universal. Simone Veil, sobrevivente do Holocausto, marcou a política francesa. Hannah Arendt, a provocadora filósofa política, inquietou mentes humanas. As escritoras vanguardistas Virginia Woolf e Simone de Beauvoir deixaram o seu marco na literatura. Dolores Ibárruri Gómez, La Pasionaria, sacrificou a sua vida em prol da luta por aquilo em que acreditava. Maria de Belém Roseira conta-nos a história destas mulheres excecionais que, nas mais diferentes áreas, da ciência à literatura, da política à filosofia, lutaram pelos seus ideais, defenderam as suas ideias, ultrapassando com perseverança e resiliência os mais variados obstáculos. Desprenderam-se das amarras que tentavam silenciar a sua voz e calar a sua liberdade e não se deixaram influenciar pela crítica ou pelo preconceito das suas épocas, abrindo espaço ao progresso da sociedade. Todas com uma coragem e determinação que fazem delas mulheres livres.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Eles conseguiram...

A minha escola está diferente... há um vazio. Sinto a falta dos rostos novos que apareciam. Acho que todos sentimos. Menos professores, menos conversas... é triste.
 Eles conseguiram. Eles conseguiram varrer das escolas as "lufadas de ar fresco".
 Eles conseguiram lançar na rua , sem dó nem piedade, tantos colegas...

Lembro.me, com saudade da reunião geral, em que se procurava um lugar , uma cadeira,...uns ficavam de pé, cá atrás. Éramos muitos. Os nossos olhares percorriam o polivalente à procura dos novos que chegavam....

Hoje, entrei na sala para receber os pais e os "meus meninos". Por um momento esqueci a mudança. Ali, tudo era igual.  Os meus alunos continuam comigo!

Bom Ano! (desejei)

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”

Rubem Alves

domingo, 9 de setembro de 2012

Amizade

Penso tanto, mas tanto sobre "isto"...
Dizem que tenho que ser mais tolerante com as pessoas. Que todos nós temos qualidades e defeitos , que devemos aproveitar o que cada uma delas tem de bom..,etc etc....


Mas é tão difícil entender e ser tolerante com alguém que nos dececiona nos nossos valores... a autenticidade e o respeito. A falta de generosidade de quem tem algo na vida que não se sabe relacionar... Ele: o miserabilismo de quem tem tudo a nível económico e é mais pobre do que aquele que nada tem.

Não vou divagar mais..a alma humana é incompreensível.  Fernando Pessoa transmite muito isso no seu poema de amizade...



Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O "Beijo" de Klimt

Os corpos do casal estão separados por estampas distintas, mas funde-se em uma única massa: é um momento de plenitude. E a conjunção sexual entre os amantes. Viena no período era um centro de estudos da sexualidade e sociedade – Sigmund Freud e outros profissionais iriam elaborar teoria que revolucionariam a sociedade. A roupa do homem é coberta de formas retangulares, escolhidas como símbolo da masculinidade. Enquanto, as imagens arredondadas, curvas e floridas, do vestido são compreendias como elementos da feminilidade.

O Beijo poder ser considera a obra ocidental de maior sucesso...

 
Na cena, casal se encontra a beira de uma cama formada por flores e atrás dos amantes apenas um vazio salpicado em ouro. O mundo deles não é o nosso, é o mundo de fantasia e da intimidade. O Beijo é uma pintura intensamente erótica e apaixonante. A obra é o maior exemplo da fixação pelo sexo que Klimt possuía, pois a imagem do casal unido é gera um elemento fálico. Contudo, o momento eternizado pelo pintor é o mais terno e o romântico de uma relação amorosa, o beijo.

Retirado de "obvious"

terça-feira, 28 de agosto de 2012

 "Quem trabalha com a mão é um operário...


                                Quem trabalha com a mão e a cabeça é um artesão...

           
            Quem trabalha com a mão, a cabeça e o coraçãoé um artista. "



                                          São Francisco de Assis

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

25 anos de deserto afetivo...

Continuo a ler, entusiasmadíssima!
Como é possível, uma mulher, em 1918, que organizava festas no seu palácio frequentado pela alta sociedade da altura, viajada e rica, decide ir viver com o seu motorista para uma casa simples e levando uma vida de dona de casa modesta?

Quando uma mulher vive num deserto afetivo, tudo pode acontecer. Algumas citações de Maria Adelaide que revelam essa secura de emoções e desejos de mulher... " 25 anos de deserto afetivo" , por vezes o marido só ia a casa para mudar de roupa...e todos à sua volta pensavam que formavam o casal perfeito!

Preço elevado por amar, condenada a um hospício, numa época, em que uma mulher , por assumir a sua sexualidade é louca. O marido de Maria Adelaide também aproveitou a “loucura” dela para vender o Diário de Notícias sem a consultar, um jornal que ela herdara do pai.


Imagem do Palácio de S.Vicente,na graça, onde viveu Maria Adelaide

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

DOIDA NÃO E NÃO!

Verão é um tempo de colocar as minhas leituras em ordem e desordem no trabalho...
Escolhi um livro que para uma amante de História de Portugal e de temas de mulheres irreverentes, que " Entre o dever e o amor, o segundo ganhou", não podia ser melhor. De certeza que a minha sofreguidão vai-me levar rapidamente para o final da história.
 Iniciei a leitura, ontem à noite, no meu quarto... vi logo que iria gostar...


Filha e herdeira do fundador do 'Diário de Notícias'. Mulher do administrador do mesmo jornal, o escritor Alfredo da Cunha. Presa num manicómio por um «crime de amor». Os factos relevantes têm início em Novembro de 1918: era uma vez uma senhora muito rica que fugiu de casa, trocando o marido, escritor e poeta, por um amante. Tinha quarenta e oito anos, pertencia à melhor sociedade portuguesa. O homem por quem esta senhora se apaixonou tinha praticamente metade da sua idade e fora seu motorista particular. Era herdeira do 'Diário de Notícias' e a sua história chocou a sociedade da época.


Que mulher corajosa! Enfrentou uma sociedade puritana, com uma grande tenacidade.
Doida não e não! É um grito de mulher que atravessa os tempos...

Este livro mostra ainda como funcionavam os manicómios, protegidos por uma lei macabra (não encontro outro adjetivo para qualificar tal lei!) de 1911. Segundo esse decreto qualquer pessoa poderia requerer o internamento de outra no manicómio, desde que apresentasse o atestado de dois médicos e um exame de Júlio de Matos

sábado, 18 de agosto de 2012

Sermão aos peixes

Padre António Vieira, um orador notável, de uma habilidade satirica surpreendente e com muita imaginação, tomou vários peixes como símbolos dos vícios dos colonos portugueses no Brasil. Este sermão pretendia louvar algumas virtudes humanas, mas principalmente censurar os vícios dos colonizadores. Este sermão foi pregado na cidade de São Luís de Maranhão, em 1654, três dias antes dé Padre António Vieira embarcar, ocultamente, para Portugal. Ele pretendia proteger os índios e obter uma lei justa para eles.


Este peixe é uma criação de um amigo meu que quis evocar o sermão aos peixes do padre protetor. Qual peixe representará? O roncador? O pegador? O voador?  Ou o polvo?

Pintando a alma

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Um cheiro que nos envolve

Esta foto tirei-a o ano passado, na praia da Coelha. Uma gruta bonita, como tantas outras que aparecem debaixo das falésias. O barulho do mar é único, mas o cheiro, esse..só nas praias do norte é que o Sinto! Um cheiro intenso, bom, que nos envolve...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Para se poder sonhar, é preciso ter alma!

Por acaso, encontrei este poema que gostei muito...


Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso ter tempo,
E há quem ache que estou só a molengar.
Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso ter calma,
E há quem ache que estou só a descansar.
Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso ter alma,
E há quem ache que apenas ponho o corpo a levitar.
Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso ter paz,
E há quem ache que não é assim que uma obra se faz.
Eu não estou a dormir,
Estou a sonhar,
Mas para poder sonhar,
É preciso largar tudo e zarpar,
E há quem ache que vivo de porto em porto, a navegar.

Miguel Almeida, “O Lugar das Coisas”, Esfera do Caos, 2012.

sábado, 11 de agosto de 2012

Cenora, laranja, chocolate...

 Rala-se 300 gramas de cenoura e uma casca fina de laranja. Junta-se 200 gramas de açúcar, uma chávens de óleo, quatro ovos e mexe-se. Por fim 250 gramas de farinha com fermento Vai ao forno num tabuleiro untado, durante 20 minutos.

A cobertura de chocolate deixa-se ao gosto ... pode ser com natas  ou leite ..

E que tal um morango a guarnecer?
Morango e chocolote! Hum...

CHOCOLATE


Hoje, vi este filme pela terceira vez... as personalidades, os diálogos e, as emoções vividas em volta do "chocolate"... tudo isto faz do filme (gosto mais do livro, mas nele não posso ver a expressividade das personagens, quando comem  o chocolate) uma delícia...




Na cultura Maia, o chocolate é visto como um remédio para a alma. Vianne ministra isso no filme como se o chocolate fosse uma libertação e/ou liberação dos desejos mais íntimos de todos aqueles que procuram sua loja por curiosidade ou se sentem atraídos de alguma forma (Rosenblum, 2006).
Essas sensações de prazer são trabalhadas no filme de forma curiosa: mediante os sentidos, revelando algo sobre cada personagem. A mais relevante foi a parte em que Armande Voizin visita a Chocolaterrie e experimenta um dos palpites de Vianne: chocolate com pimenta e chantilly. O que fez Armande automaticamente, no primeiro gole, voltar no tempo e se lembrar de uma de suas aventuras amorosas, que ela passou a noite toda nadando nua com seu amante e voltou para casa somente na manhã seguinte sem que seus pais descobrissem...

Aconselho o filme e o livro


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Tudo é efémero

Há casais que partilham um almoço de tédio e indiferença. Não saboreiam a comida, nem  a vida; engolem-nas.
 Já vi isto tantas vezes... e o que não vejo, está camuflado por detrás de uma falsa felicidade que se quer mostrar às amigas, como sendo a única realização - a de provocar aquela invejazinha...

Já pouco conversam e as jogadas de sedução na mesa do restaurante, já nem se lembram como sabiam tão bem...

A união fisica entre eles ainda pode sobreviver "até que a morte os separe", mas as emoções fortes, a chama, essas já terminaram há muito.

sábado, 4 de agosto de 2012

Passagem para a Índia

Este filme é de uma beleza visual tão exótica que, mesmo que a história não fosse cativante, valia a pena conhecê-lo. Mas é! É brutal  a história. Repleta de personagens vibrantes e interpretadas genialmente.

Passado na Índia, num mundo onde o choque de culturas é tão violento, que todo um país pode se dividir a qualquer momento...

Quando as liberais inglesas, Sra. Moore  e Adela Quested , chegam à Índia, ficam chocadas com o acirrado preconceito racial que existe no país. Felizmente, o gentil Dr. Aziz  está acima da intolerância local e decide ser seu guia em uma esplêndida visita às misteriosas cavernas Marabar. Mas o passeio acaba de maneira trágica quando, de repente, Adela sai correndo de uma das cavernas arranhada, sangrando terrivelmente assustada. A notícia do incidente espalha-se rapidamente por toda Índia ... incendiando um barril de pólvora de tensão que já estava prestes a explodir.

Lembro-me, precisamente, da cena em que a jovem inglesa saiu de dentro das cavernas, completamente transtornada. Na altura nem compreendi, de imediato , o que se passara com ela...depois percebi que não passava de clastrofobia  que, devido à incapacidade da inglesa se lembrar do que lhe tinha acontecido, vai ser interpretado, por toda a comunidade inglesa, como uma violação.






Terra Sangrenta

A admirável história de amizade, coragem e determinação do jornalista americano, Sydney Schanberg, para com o seu amigo cambojano perdido no meio da impressionante desumanidade do regime de morte e extermínio imposto pelos Khmer Vermelhos.


Em 1972, Sydney Schanberg, correspondente do "New York Times", foi para o Camboja com a missão de cobrir a guerra entre o exército revolucionário dos Khmer Vermelhos e o regime de Lon Nol. Era assistido por um cambojano chamado Dith Pran e ambos assistiram à tragédia de um país dilacerado pela guerra. Entre o americano e o cambojano nasceu uma forte e sincera amizade, que haveria de marcar o destino de ambos. Quando os Khmer Vermelhos entraram vitoriosos em Phnom Penh, em abril de 1975, Dith salvou a vida de Sydney bem como a de vários jornalistas ocidentais. Estes, porém, foram impotentes para evitar que Dith fosse enviado para a "Terra Sangrenta", os campos de morte de um dos regimes mais vergonhosos e sanguinários do século XX, onde milhões de seres humanos foram vítimas do brutal genocídio montado pelos Khmer Vermelhos. Sydney regressou à América e ganhou um Prémio Pulitzer mas o destino de Dith perturbava profundamente a sua vida.


Como já disse, fiquei presa ao ecrã...

Apetece-me vê-los mais uma vez...

Nesta altura do ano, lembro-me sempre de filmes que já vi há muito tempo....a memória é assaltada por imagens, cenários, locais ...apetece-me vê-los mais uma vez.
Recordo um filme que vi no cinema "Uma passagem para a Índia", em que a personagem principal, vitima do racismo inglês, de um colonialismo preconceituoso é presa e julgada.
Um outro que vi (estava eu enroscada no sofá) e que me fez ficar presa ao ecrã - Terra Sangrenta.

O cenário são as florestas húmidas e rios do Cambodja Após a chegada de Pol Pot ao poder e a implantação de uma ditadura comunista.



terça-feira, 24 de julho de 2012

Solidariedade

Procurei uma imagem que exprimisse o que vi ontem...não encontrei.
Quero refletir sobre essa situação.
Atos simples de quem é simples. De quem não tem automóvel para se deslocar, de quem age desinteressadamente, sem ter nada em troca. Sim, porque até na amizade, nós damos , mas queremos receber.
Não me quero dispersar - tenho esse mau hábito- e vou contar...
Ontem, no I.P.O do Porto, enquanto  acompanhava  a minha mãe que ia fazer mais uma sessão de quimioterapia conheci um idoso (talvez não fosse muito idoso, mas encontra-se naquele estado de indefinição). Estava sozinho. A enfermeira a explicar, com carinho, como ele deveria tomar os comprimidos... ele só dizia: "elas vêm já"
E " ela" chegou. Uma senhora simples, esbaforida, pois tinha andado numa correria (segundo o que nos contou-a mim e à minha mãe- como se nos conhecesse de há longos anos.Típico. Quantas vezes já vi isso!) para chegar a tempo. veio de autocarro da Foz e já tinha feito o almoço para a família. palavras dela " já dei de comer aos meus filhos e agora estou aqui. Ele não tem mais ninguém. sou uma vizinha que o acompanha. A mulher está num lar, não tem filhos e só tem uma irmã, mas nós os vizinhos é que cuidamos dele... a senhoria dele lava-lhe a roupa, outra cozinha e eu...ando por aqui com ele..."

É para refletir. Pessoas simples e de atos solidários. Será que noutra classe social, de nível económico confortável, poderíamos encontrar "disto"?

sábado, 21 de julho de 2012

Hoje vi o mar

Hoje vi o mar. A espuma branca batia, suavemente na areia molhada. Um convite. Nem sempre o mar está assim, sereno, aqui no Norte. É preciso aproveitar estes raros momentos.
Fui ao seu encontro, mas recuei logo! A água estava gelada. Habituei-me a ela , aos bocadinhos, até conseguir molhar-me. Não estive muito tempo e fui para  a toalha. Depois fico , imóvel, durante algum tempo, até que o sol me aqueça. Ouço tudo à minha volta, fecho os olhos e  e  " isolo-me". Sabe-me tão bem!

terça-feira, 17 de julho de 2012

O país que andava triste...

  
  
Era uma vez um país que andava muito triste com a crise que se tinha instalado....já ninguém andava de carro, não iam para férias em Punta Cana, nem nas Caraíbas, alguns só se atreviam a rumar para sul. Empacotavam as compras do Pingo Doce, as batatas e os limões dum vizinho generoso e lá iam arejar...nos intervalos das filas do continente e do fogão, ainda sobrava algum tempo para a besunta (tinh...am que justificar tão longa estafeta com um moreno invejável)...
Mas a tisteza continuava... até alguém que mandava naquele país disse: "Isto não pode continuar! O povo está cada vez mais triste.Temos que fazer alguma coisa para os alegrar!"
E contaram a maior anedota que jamais se tinha ouvido por aquelas bandas. A anedota espalhou-se nos órgãos de comunicação social, nos cafés, no face, nos msn e todos riam...riam tanto, tanto...
Bem haja a esse senhor que fez rir o país e , por isso, merece a equivalência ao cargo mais alto da nação!

O mar...

Gosto dele! Quem não gosta? Não sei o que é viver longe dele.Do seu cheiro, dos salpicos...mesmo quando dentro das suas entranhas se soltam urros e se agigantescam as vagas. Não sei escrever. Só sei sentir. Vou procurar um poema ao mar...



Mar, metade da minha alma é feita de maresia Pois é pela mesma inquietação e nostalgia, Que há no vasto clamor da maré cheia, Que nunca nenhum bem me satisfez. E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia Mais fortes se levantam outra vez, Que após cada queda caminho para a vida, Por uma nova ilusão entontecida. E se vou dizendo aos astros o meu mal É porque também tu revoltado e teatral Fazes soar a tua dor pelas alturas. E se antes de tudo odeio e fujo O que é impuro, profano e sujo, É só porque as tuas ondas são puras.

                     Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 15 de julho de 2012

''Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma.'' George Bernard Shaw

A "minha" escola

Estou ferida e maltratada... Esta já não é a minha escola. O que vivi na sexta feira 13 foi demasiado angustiante. Um sentimento de revolta e de mal estar cresce dentro de mim. Os meus colegas, os meus amigos que viveram comigo na casa que era "nossa", durante 10, 12, 18 anos... uma vida de partilha de bons e menos bons momentos. São agora um número numa lista de ordenação, fria , insensível, matemática... Parece que estou a viver um filme surrealista (nunca simpatizei com filmes surrealistas. Esses deixo-os para os intelectuais ou pseudo- desculpem os verdadeiros, mas hoje o meu espírito está cortante e irónico). Não entendo o que é a educação segundo o senhor ministro que quer "sucesso" no ensino. Um sucesso que passa pelo aumento de alunos por turma, pela exclusão de professores que deram tudo pelos alunos, que souberam ensinar! Sim, o ensino vai perder bons profissionais, aqueles, que não fazem projetos, não pedem avaliação, mas que dentro da sala de aula, mostram aos seus melhores avaliadores (os alunos) aquilo que são! Ensinam, educam, mesmo quando o sistema os ataca. Esses dizem perante tanta adversidade: "os alunos não têm culpa"... Queria dar aulas ao ar livre ou continuar a passar frio no Inverno, sem poder tirar o meu casaco grosso, para não correr o risco de morrer gelada ou apanhar chuva e vento, na pssagem entre os blocos, mas continuar com os meus colegas de jornada! Que me interessa uma escola fisicamente um modelo, onde se lapidaram dinheiros públicos, a troco do desemprego de bons profissionais? Deixo aqui a minha indignação contra políticos frios e insensíveis que deixaram a corrupção instalar-se.

Anarquias de uma paixão

Mais uma vez chego em casa e o teu caos já está instalado. Ainda bem, pois assim posso contemplar tua desordem. É na bagunça sensual de teus vestígios que descubro os segredos dos teus bastidores. Mesmo assim, o núcleo do teu tufão se revela como uma paisagem. Camarim de distrações. Passo pela porta e teus sapatos, jogados ao revés, cansados de marchar sobre o desejo daqueles que te olharam durante o dia, recepcionam-se como cães desdenhosos. Sobre o sofá, tua bolsa aberta vomita restos de papéis, batom, escova e canetas que me espiam. Adubo de teus segredos. Na área de serviço, tua lingerie estendida no varal revela a gama de personagens já interpretados por ti. Máscaras sem uso. Meu bordel esvoaçante. Uma taça untada de vinho foi abandonada por ti sobre a mesa da cozinha. A marca de batom vacila se deve fixar-se ou não. Vitrine de tuas aquarelas. Pelo caminho que me leva até nosso quarto, livros, revistas com marcações aleatórias de algo que tenha chamado tua atenção mostram que passastes por aqui. Teu casaco abraça minha cadeira onde trabalho. Sei que queres impor tua autoridade até sobre o que é inanimado em mim. Artigo e imagem tirada da obvious

A desordem também pode ser bela

A desordem será uma forma de liberdade? A desordem será uma desculpa para alguém justificar a sua desordem? A desordem será sensualidade? Li um artigo da obvious que gostei e passo a publicar aqui... A desordem, quando parte da mulher, também pode ser bela, desconcertante e incrivelmente libidinosa.

A liberdade de errar...

O único ditador que eu aceito é a voz silenciosa da minha consciência. Você deve ser o exemplo da mudança que deseja ver no mundo. De nada adianta a liberdade, se não temos a liberdade de errar. Mahatma Gandhi

domingo, 8 de julho de 2012

As minhas peras bêbedas

Descasquei oito peras pequeninas e riginhas. Reguei-as com sumo de limão q.b. Mergulhei-as em calda de açúcar que fiz previamente ( mais ou menos 300 gramas de açúcar e água a olho). Antes de as mergulhar, envolvi na calda de açúcar 7,5 dl de vinho tinto maduro e um cálice de vinho do Porto. Deixei-as ferver, sempre com o pezinho fora da calda. Ah! Não se esqueça do pau de canela que é imprescindível, pois dá-lhe aquele gostinho especial. Depois de cozidas, escolhi uma taça bonita e enfeitei-a com as peras. A cal
da continuou a ferver mais um bocado e só depois é que as reguei. Estavam deliciosas, segundo as minhas filhas. Andaram sempre a comê-las pela tarde fora...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cozinhar com emoção

Receber amigos conduz-me a mil e uma emoção: a escolha da toalha, dos copos...vou à cristaleira procurar (sou maníaca por copos!). Quero-os todos. Imaginar a confeção e o prazer que vou dar com o que preparo. No outro dia preparei com todo o cuidado umas peras bêbedas. Pequeninas, saborosas...fizeram sucesso. Ouvir elogios faz parte da emoção. Que bom é sabermos dar prazer com o que cozinhamos!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

UTOPIA

Sem muros nem ameias

Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria

Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu desafio

Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo, esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?

Utopia/Zeca Afonso

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Olhar distante

Ontem, dia 17 de maio, fui visitar o Museu Soares dos Reis. Tão perto....e nunca tinho ido lá!
Por vezes, nem valorizamos o que temos mesmo ali ao lado e desconhecemos.

 





O Desterrado

                                                                                                          
As linhas sinuosas do tronco e dos membros fletidos, o olhar da figura e a presença do mar conduzem a uma leitura romântica da obra, que se inspira num poema de exílio de Alexandre Herculano. A esta referência literária do romantismo português deve-se acrescentar um significado saudosista, próprio do espírito de decadência da nação, vigente nos finais do séc. XIX.









                .

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O amor desabrochou...

Bem...lá continuo eu, nas curiosidades históricas. Curiosidades essas que as conto, muitas vezes, aos meus alunos. Começo por dizer: "querem saber uma história ou lenda engraçada?" "Conte, conte, srª professora!" . Desta forma procuro cativá-los para a História.

A lenda moura
  Ardinga era uma formosa princesa moura, pouco mais do que adolescente. O pai, wali (governador muçulmano) de Lamego no século X, guardava esta terra das tentativas do rei Leão.
  Neste cenário de guerra desabrochou o amor no peito de Ardinga. No castelo contavam-se histórias  de heróicos cavaleiros cristãos e de um melhor que todos, D.Tedon, que batalhava nas montanhas do nascente.
  Ardinga ouviu estas narrativas e o seu coração prendeu-se ao cavaleiro cristão com o mais belo dos amores. Certa noite, juntamente com uma irmã que lhe animava o formoso sonho, fugiu do castelo...

                                                                                                          Lenda citada por J. Victor Adragão

Eo resto da história - perguntam-me com enorme curiosidade.
O resto deixo para a vossa imaginação...será que Ardinga encontrou o seu cavaleiro cristão? Será que o pai a impediu de realizar o seu sonho de amor?

sábado, 12 de maio de 2012

Rei por minutos...


D. Luís Filipe                                               

Um rei para o Guinness

Juntamente com o pai, D. Carlos, o jovem príncipe foi assassinado há 104 anos. Não chegou a ser rei de Portugal mas o livro dos recordes atribui-lhe um curto reinado.

Em 1 de Fevereiro de 1908, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, Luís Filipe foram assassinados em Lisboa. Com a morte do pai e do irmão mais velho, D. Manuel sobe ao trono. Mas há quem afirme que entre o momento da morte de D. Carlos e a sua própria, Luís Filipe terá sido o penúltimo rei de Portugal.

Aliás, Luís Filipe terá tido o mais curto reinado de todos os monarcas. De acordo com o Livro Guinness dos Recordes, o jovem príncipe foi rei durante 20 minutos.

   “ O Príncipe da Coroa Luís Filipe de Portugal foi tecnicamente Rei de Portugal (D. luís III) durante 20 minutos, em 1 de Fevereiro de 1908. O seu pai foi alvejado nas ruas de Lisboa por uma bala que lhe atravessou a carótida. O príncipe herdeiro também ficou mortalmente ferido nesse ataque”, lê-se no famoso livro.

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 Príncipe Luís Filipe - Imagem de José Malhoa

domingo, 6 de maio de 2012

Amo-te, Mãe!

Hoje estive assim contigo, Mãe! Neste momento é a única coisa que te posso dar: o meu amor e carinho. Na sexta disseste-me que o tempo estava triste como a tua alma... Dias melhor virão, Mãe! E far-te-ei a sopa que tanto gostas. Amanhã estaremos lá, outra vez, todos os momentos. Luta por nós e põe-te bonita , como sempre és. Amo-te, Mãe!

quarta-feira, 21 de março de 2012

O sonho comanda a vida

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho

é uma constante da vida

tão concreta e definida

como outra coisa qualquer,

como esta pedra cinzenta

em que me sento e descanso,

como este ribeiro manso

em serenos sobressaltos,

como estes pinheiros altos

que em verde e oiro se agitam,

como estas aves que gritam

em bebedeiras de azul.



eles não sabem que o sonho

é vinho, é espuma, é fermento,

bichinho álacre e sedento,

de focinho pontiagudo,

que fossa através de tudo

num perpétuo movimento.



Eles não sabem que o sonho

é tela, é cor, é pincel,

base, fuste, capitel,

arco em ogiva, vitral,

pináculo de catedral,

contraponto, sinfonia,

máscara grega, magia,

que é retorta de alquimista,

mapa do mundo distante,

rosa-dos-ventos, Infante,

caravela quinhentista,

que é cabo da Boa Esperança,

ouro, canela, marfim,

florete de espadachim,

bastidor, passo de dança,

Colombina e Arlequim,

passarola voadora,

pára-raios, locomotiva,

barco de proa festiva,

alto-forno, geradora,

cisão do átomo, radar,

ultra-som, televisão,

desembarque em foguetão

na superfície lunar.



Eles não sabem, nem sonham,

que o sonho comanda a vida,

que sempre que um homem sonha

o mundo pula e avança

como bola colorida

entre as mãos de uma criança.



In Movimento Perpétuo, 1956

sábado, 17 de março de 2012

Procuro-te...




 Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.

Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.

Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.

Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.

Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.

Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.

Eugénio de Andrade, in "As Palavras Interditas"


"Como gosto muito deste poema quis partilhá-lo contigo"

A morte aproximou-se mais cedo do que imaginavas, meu querido amigo.
 Ficarás sempre na minha memória.



quarta-feira, 7 de março de 2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Momento de ouvir

A Casa dos Espíritos

A história do Chile da década de 20 aos anos 70 é contada através da saga da família Trueba, que começa com a união de um homem simples (Jeremy Irons), que fica rico, com uma jovem (Meryl Streep) de poderes paranormais. A saga se desenvolve até esta família ser atingida pela revolução, que no início da década de 70 derrubou o presidente Salvador Allende.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Paraíso na Terra

Afinal na Terra também há o Paraíso!


Lugares lindos, únicos e de extasiar...
As imagens dizem tudo. Na Croácia pode-se conhecer estas maravilhas da natureza.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Chocolat

Vi o filme e li o livro - ambos uma tentação.

Lugares por onde passo...