domingo, 21 de novembro de 2010

Os vencidos da vida


Quem são eles?

"Para um homem, o ser vencido ou derrotado na vida depende, não da realidade aparente a que chegou – mas do ideal íntimo a que aspirava".

Esta é a denominação dada à fase final da Geração de 70, que corresponde ao fim do século. É a fase em que Eça de Queirós, Antero de Quental e Oliveira Martins renunciam à acção política e ideológica imediata. Surge a idealização vaga de uma aristocracia iluminada, contraponto do socialismo utópico. Exemplo disto é o elogio de Eça ao rei, a defesa de uma monarquia agonizante:

"O Rei surge como a única força que no País ainda vive e opera".
Esta é a fase suprema da ironia queirosiana.

Os "Vencidos da Vida" são as onze figuras que se reuniam de 1887 a 1889 semanalmente para jantar e conversar no Hotel Bragança, no café Tavares ou na residência de um dos participantes que eram: Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro, António Cândido, Eça de Queirós (só 1889), o conde de Ficalho, o conde de Sabugosa, o futuro conde de Arnoso, o depois marquês de Soveral, Carlos de Lima Mayer e Carlos Lobo de Ávila.
A denominação decorre da renúncia destes intelectuais às suas aspirações de juventude.

Esta desilusão e desistência patente neste grupo, é confirmada pelo suicídio de Antero no ano de 1891.

Nalguns dos seus romances Eça evidencia este desalento que caracteriza uma Geração anteriormente tão activa, tão combativa que tentava revolucionar a sociedade no seio da qual foi criada. Mesmo o personagem tão conhecido que Eça denomina "Fradique Mendes" é um símbolo desta desistência.

E agora? Não seremos nós, uns "vencidos da vida", desacreditados com os políticos que nos governam e que "democraticamente" fazem o que querem?

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