Chamava-se Carolina Beatriz Ângelo. Era portuguesa. Licenciada em medicina, foi a primeira cirurgiã portuguesa.
Na época o direito ao voto era atribuído a cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família. Ora, Carolina Beatriz Ângelo era viúva e tinha uma filha a cargo. Cabia pois na definição de chefe de família (figura que deixou de existir legalmente nos dias de hoje). A Lei não previa que este chefe de família fosse entendido como uma mulher. Mas o tribunal que lhe reconheceu esse direito entendia que esta forma gramatical (cidadãos portugueses) abrangia as mulheres e deste modo, deferiu a pretensão de Carolina Beatriz Ângelo, que votou nas eleições para a Assembleia Constituinte em 1911.
Foi assim que cerca de 60 anos antes da consagração do sufrágio universal, a primeira mulher portuguesa e das primeiras europeias a votar.
Como consequência do seu "arrojo", que mais não era que a reivindicação de um direito legítimo, em 1912, a lei foi alterada, especificando o sexo do chefe de família.
O voto é a democracia por excelência, é o nosso direito inalienável de decidir, de escolher e de sermos todas e todos, cidadãos.
Ainda têm uma hora para ir votar! Ou preferem não ir, e esquecer os esforços de quem lutou por este direito?
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