domingo, 15 de julho de 2012

A "minha" escola

Estou ferida e maltratada... Esta já não é a minha escola. O que vivi na sexta feira 13 foi demasiado angustiante. Um sentimento de revolta e de mal estar cresce dentro de mim. Os meus colegas, os meus amigos que viveram comigo na casa que era "nossa", durante 10, 12, 18 anos... uma vida de partilha de bons e menos bons momentos. São agora um número numa lista de ordenação, fria , insensível, matemática... Parece que estou a viver um filme surrealista (nunca simpatizei com filmes surrealistas. Esses deixo-os para os intelectuais ou pseudo- desculpem os verdadeiros, mas hoje o meu espírito está cortante e irónico). Não entendo o que é a educação segundo o senhor ministro que quer "sucesso" no ensino. Um sucesso que passa pelo aumento de alunos por turma, pela exclusão de professores que deram tudo pelos alunos, que souberam ensinar! Sim, o ensino vai perder bons profissionais, aqueles, que não fazem projetos, não pedem avaliação, mas que dentro da sala de aula, mostram aos seus melhores avaliadores (os alunos) aquilo que são! Ensinam, educam, mesmo quando o sistema os ataca. Esses dizem perante tanta adversidade: "os alunos não têm culpa"... Queria dar aulas ao ar livre ou continuar a passar frio no Inverno, sem poder tirar o meu casaco grosso, para não correr o risco de morrer gelada ou apanhar chuva e vento, na pssagem entre os blocos, mas continuar com os meus colegas de jornada! Que me interessa uma escola fisicamente um modelo, onde se lapidaram dinheiros públicos, a troco do desemprego de bons profissionais? Deixo aqui a minha indignação contra políticos frios e insensíveis que deixaram a corrupção instalar-se.

2 comentários:

  1. Dina,
    A atual situação dos professores é terrivelmente injusta... Somos tratados como mão de obra barata, como lixo, não como seres humanos que se dão e se entregam aos alunos com carinho e respeito. O que dizes no teu texto, sinto-o também na minha escola, no rosto dos meus colegas... E o pior de tudo é que ensinar, é a única coisa que me apetece fazer, que gosto de fazer, que lutei muito para poder fazer.
    Deixo-te um beijo, solidário com a tua indignação!

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  2. Sei bem como gostas de ensinar! É "defeito" de família. Está dentro da vossa alma o gosto pelo ensino.

    Eu também não sei fazer outra coisa. Gosto.
    Beijo.

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