terça-feira, 24 de julho de 2012

Solidariedade

Procurei uma imagem que exprimisse o que vi ontem...não encontrei.
Quero refletir sobre essa situação.
Atos simples de quem é simples. De quem não tem automóvel para se deslocar, de quem age desinteressadamente, sem ter nada em troca. Sim, porque até na amizade, nós damos , mas queremos receber.
Não me quero dispersar - tenho esse mau hábito- e vou contar...
Ontem, no I.P.O do Porto, enquanto  acompanhava  a minha mãe que ia fazer mais uma sessão de quimioterapia conheci um idoso (talvez não fosse muito idoso, mas encontra-se naquele estado de indefinição). Estava sozinho. A enfermeira a explicar, com carinho, como ele deveria tomar os comprimidos... ele só dizia: "elas vêm já"
E " ela" chegou. Uma senhora simples, esbaforida, pois tinha andado numa correria (segundo o que nos contou-a mim e à minha mãe- como se nos conhecesse de há longos anos.Típico. Quantas vezes já vi isso!) para chegar a tempo. veio de autocarro da Foz e já tinha feito o almoço para a família. palavras dela " já dei de comer aos meus filhos e agora estou aqui. Ele não tem mais ninguém. sou uma vizinha que o acompanha. A mulher está num lar, não tem filhos e só tem uma irmã, mas nós os vizinhos é que cuidamos dele... a senhoria dele lava-lhe a roupa, outra cozinha e eu...ando por aqui com ele..."

É para refletir. Pessoas simples e de atos solidários. Será que noutra classe social, de nível económico confortável, poderíamos encontrar "disto"?

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