terça-feira, 17 de julho de 2012

O mar...

Gosto dele! Quem não gosta? Não sei o que é viver longe dele.Do seu cheiro, dos salpicos...mesmo quando dentro das suas entranhas se soltam urros e se agigantescam as vagas. Não sei escrever. Só sei sentir. Vou procurar um poema ao mar...



Mar, metade da minha alma é feita de maresia Pois é pela mesma inquietação e nostalgia, Que há no vasto clamor da maré cheia, Que nunca nenhum bem me satisfez. E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia Mais fortes se levantam outra vez, Que após cada queda caminho para a vida, Por uma nova ilusão entontecida. E se vou dizendo aos astros o meu mal É porque também tu revoltado e teatral Fazes soar a tua dor pelas alturas. E se antes de tudo odeio e fujo O que é impuro, profano e sujo, É só porque as tuas ondas são puras.

                     Sophia de Mello Breyner Andresen

1 comentário:

  1. Tal como a Sofia disse, o mar, minha inquietude...

    Não o vejo todos os dias... mas sinto-o.

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