Os pratos mudam , mas o calor familiar continua...
Hoje quis que a minha mãe recordasse a ceia de Natal há mais de sessenta anos, altura em que ela teria 10 ou 12 anos.
A família era grande, como quase todas as famílias da altura. Minha mãe tem seis irmãos.
Acendiam a lareira. Numa panela de ferro onde minha avó cozia o bacalhau, as batatas e as couves.
Já na mesa, a meio, numa travessa grande era servida a ceia. Todos comiam da mesma travessa e cada um fazia as "minas". Debaixo das couves procuravam as batatas, espetando com o garfo.
Para sobremesa havia os "ovos mexidos" e a "aletria".
Minha mãe não se lembra de outras doçarias.
Foi bom ouvi-la e recordar...
Era assim o Natal na generalidade das casas. Só que, o bacalhau, que nessa altura era fiel aos mais pobres, tal como as batatas e a couve penca, nessa noite tinha um sabor especialíssimo.
ResponderEliminarContentávamo-nos com esta receita, mais umas rabanadas e os ovos mexidos que na minha freguesia (Cesar) se chamam formigos - há uma receita nos compêndios (Formigos cesarenses).
Prendas, nem vê-las, um chocolatito, que era coisa rara), colocado no sapato, à lareira.
Apesar de tudo, como éramos mais felizes! Corríamos na rua, jogávamos, saltávamos, não sabíamos o que era um psicólogo, e muito menos um psiquiatra.
Hoje há mais fartura, mas faltam valores que outrora cultivávamos religiosamente; hoje Natal sem prendas não é Natal!
Uma época tão bonita que os homens se encarregaram de alienar.
Ainda me lembro de colocar o meu sapato na lareira...
ResponderEliminarEram presentes "pequeninos" em valor, mas grandes em amor.