terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Mesmo na noite de Natal!



Cai neve branca e a Natureza gela. Um pequenino vende cautelas.
São doze mil contos!...
E continua apregoando a sorte-a sorte que lhe falta.
- Doze mil contos! Pró Natal, pró Natal!
E a noite de Natal cai, dançando com a neve que cai misturada com um pouco de frio, escuridão, tristeza...
" E enquanto eu vendo cautelas as outras pessoas vão correndo para comprar os presentes de Natal dos filhos. Entretanto, eu estou aqui vendendo a sorte grande para os outros, quando sou eu que preciso dela". E continua:
- São doze mil contos!
Obrigado, senhor, e boa sorte.
-Bom Natal!
E a neve cai branca, acompanhada de um pouco de tristeza, solidão, frio.
A caminho de casa vai olhando para as montras e pensa.
"Quem me dera ter isto. Mas se eu vendo a sorte , que hei-de fazer? Agora o que importa é chegar a casa e dizer que já arranjei dinheiro para os medicamentos. E este Natal ainda vai ser pior..."
E com isto, chegou a casa. Deixou a neve branca e triste...Como de costume, o pão com sopa e ajoelhou-se e rezou, rezou, e depois desejou um Bom Natal e Boa Noite e deitou-se.
É assim todos os anos o Natal deste menino pobre que vende a sorte grande e fica sem ela. Mesmo na Noite de Natal!

António Jaime Carvalho Esteves
(conto adaptado)


Gosto muito deste conto. Por várias razões. Foi escrito por um menino da idade dos meus alunos e por me trazer recordações.
Estava eu a dar aulas na Madeira, no meu primeiro ano como professora. E este foi o primeiro conto que coloquei no teste de Português, por altura do Natal. Lembro-me que os miúdos fizeram uma área vocabular sobre o assunto-Natal.

Guardei religiosamente este meu primeiro teste do final do período. Hoje tirei uma foto à imagem que vêem e que não está muito nítida. O teste já se encontra meio apagado pelo tempo...

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